14.30 - Assembleia (simulação) 20.00 - Jantar-Conferência com o Dr Vasco Graça Moura
Pergunta a ...
Na UV 2006, todos os participantes tiveram a possibilidade de dirigir perguntas escritas aos conferencistas e a personalidades que se associaram a esta iniciativa. De entre as perguntas que lhes eram destinadas, os nossos convidados escolhiam duas para dar resposta e para serem publicadas no JUV.
Aqui podem ser consultadas não só as perguntas seleccionadas pelos convidados e as respectivas respostas mas também todas as restantes que não chegaram a ser publicadas.
Achas que os jovens a nível nacional se identificam com a JSD?
Os jovens portugueses esperam muito da JSD. Do contacto que tenho tido a oportunidade e o privilégio de realizar com os jovens portugueses tenho inequivocamente sentido essa esperança e essa mesma confiança.
Por isso temos uma enorme responsabilidade que não podemos defraudar.
O interior português está, por diversos motivos, a ficar despovoado. Qual é, na tua opinião, as medidas necessárias para fixar os jovens?
O problema do despovoamento do interior do país é um dos principais problemas que Portugal hoje enfrenta. Cerca de1/3 do nosso território está já hoje despovoado e para combater a interioridade não basta construir auto-estradas, é necessário criar condições efectivas que permitam a fixação de empresas e a promoção de investimento. Só assim se criarão empregos para que os jovens possam ter condições para se fixarem no interior do país.
O Estado tem de atribuir ajudas directas a empresas que se pretendam fixar no interior do país, de forma a compensar os custos da interioridade.
Por outro lado, deve o Estado criar no interior do país universidades e politécnicos de qualidade que ministrem cursos adequados à procura do mercado de trabalho da região de forma a fixar jovens qualificados no interior do país.
Importa ainda a este propósito ter a noção que Portugal é o país mais centralizado da União Europeia e aquele onde uma menor parcela de decisões sobre as questões de interesse comum é tomada em níveis próximos dos cidadãos, o que obviamente tem implicações neste domínio.
A JSD vai promover um Congresso da Interioridade em Março do próximo ano com a preocupação de discutirmos este assunto e apresentarmos um Plano Nacional contra a Desertificação de Portugal.
Tendo em conta a consensual necessidade na aposta em investigação e desenvolvimento em Portugal, quais são as estratégias que propões para promover a facilidade no acesso a bolsas de investigação?
O nosso país tem de fazer uma firme aposta na investigação e inovação, e tem de se afirmar a sua capacidade de reter em Portugal jovens cérebros, bem como criar condições para atrair cérebros estrangeiros investigadores.
Assim, impõem-se por um lado o reforço dos montantes destinados a bolsas de investigação e, por outro lado, agilizar os processos de atribuição das mesmas.
Mas, é igualmente determinante que se criem condições para a realização de investigação e de promoção da inovação, através da existência de laboratórios com as devidas condições para o efeito.
Qual a qualidade que mais aprecia no exercício da lderança?
O exercício da liderança implica a conjugação de várias características que me parecem essenciais. Mas não querendo fugir à questão eu diria que há uma qualidade determinante – o sentido de responsabilidade e a lealdade para com os destinatários da nossa acção política.
Como é que ao longo da tua vida como jovem social democrata consegues lutar e não esmorecer mesmo com todas as contrariedades?
O exercício da actividade política é um enorme privilégio. Se há actividade nobre é justamente o exercício da política.
As contrariedades que sempre surgem não são de modo algum equiparáveis ao privilégio que significa a possibilidade de defendermos e bater-mo-nos pelas causas e pelos princípios em que nos revemos e em que acreditamos.
Qual a grande motivação para se ter candidatado à presidencia da JSD?
O desafio de afirmar uma candidatura à liderança nacional da JSD é uma decisão que não se deve tomar de ânimo leve. Fi-lo porque na circunstância concreta considerei encontrar-me em condições de definir uma agenda de prioridades para a JSD e reunir uma equipa de elevada qualidade que nos permitisse devolver à JSD o seu espaço de afirmação e reconquistar a confiança dos jovens portugueses.
O grande desafio que assumimos foi o de ao longo dos próximos dois anos contribuirmos para a reconquista da confiança dos jovens portugueses e ajudar o PSD a ganhar o desafio eleitoral de 2009. Para isso precisamos do empenho e da dedicação de todos.
No Congresso da JSD em Espinho disse que pretendia fazer com que todos trabalhassem em união, tanto os que os elegeram como os que votaram contra si, sendo que por exemplo, as duas Regiões Autónimas foram um caso em que a Madeira estava consigo e os Açores não. Acha que esta a conseguir? O que fez com este propósito e acha que está a conseguir aproximar as comissões políticas reginais da comissão política nacional? Que medidas já tomou para tentar diminuir os custos das passagens aéreas e extinguir o cargo de Representantes da República nas Regiões Autónomas?
No último Congresso Nacional da JSD afirmei que a situação que a JOTA atravessava impunha que todos nos uníssemos em torno do cumprimento dos nossos objectivos e que deixássemos de olhar para o nosso umbigo.
Afirmei que a conquista da confiança dos portugueses exigia, e continua a exigir, que nos concentrássemos nos problemas dos jovens portugueses e não nas guerrilhas e disputas internas.
Afirmei que, assim que terminassem os trabalhos do Congresso Nacional, teria de cessar a divisão entre as duas listas candidatas à liderança nacional da JSD.
Afirmei e continuo a afirmar. Afirmei e é nisso que estou fortemente empenhado. Afirmei e é esse um dos princípios que norteiam a minha acção política diária.
É nesse sentido que temos trabalhado em conjunto com todas as estruturas regionais, distritais e locais e estou convencido que estamos no bom caminho.
Quanto à questão da extinção do Representante da República nas Regiões Autónomas, como sabe, colocar-se-á no quadro da Revisão Constitucional. Nesse momento iremos, de acordo aliás, com o que consta da nossa moção de estratégia global aprovada em Congresso, propor a extinção da referida figura de Representante da República nas Regiões Autónomas que constituem para nós um anacronismo. Nesse contexto proporemos que o exercício das competências dos Representantes da República, (fiscalização da constitucionalidade dos decretos legislativos regionais), deverá ser exercido pelo próprio Presidente da República.
No que concerne ao custo das passagens aeroportuárias iremos no inicio da sessão legislativa apresentar um requerimento na Assembleia da República pedindo esclarecimentos ao Ministro da tutela sobre o assunto.
Tendo em conta o reduzido tempo para a realização das eleições legislativas que actividades pretende a JSD resolver a curto e médio prazo para ajudar alcançar a vitória?
No ano de 2009 o PSD e a JSD terão o mais duro combate eleitoral de sempre. E, por isso, é determinante que desde já comecemos a preparar esse importante desafio.
Mas esse desafio é também um desafio dos jovens portugueses.
Este governo não tem uma única ambição, projecto ou ideia para a juventude portuguesa. Nunca houve um governo em Portugal que desprezasse tanto a juventude como esta maioria, pelo que é fundamental substituir este governo por outro que assuma a juventude como uma causa e uma preocupação estrutural.
A nossa função e responsabilidade, é assim, a de conquistar a confiança dos jovens portugueses. Por um lado, através da nossa acção directa afirmando como prioridades essenciais as questões que mais preocupam os jovens (habitação, educação e emprego), e por outro lado, influenciando o PSD a assumir um discurso verdadeiramente jovem.
Nos próximos dois anos é ainda determinante que, com a irreverência que é característica da JSD, desenvolvamos uma oposição firme e feroz ao governo do PS.
Consideras a JSD a maior e melhor juventude partidária portuguesa? Em quê?
Não tenho a mínima dúvida que a JSD é a melhor e maior organização partidária de juventude em Portugal.
A JSD tem uma diferença estrutural relativamente às demais organizações partidárias de juventude – a sua autonomia face ao partido. A autonomia da JSD face ao partido significa a nossa capacidade para definirmos a nossa agenda e as nossas posições em função do que consideramos ser o caminho certo e justo sem que sejamos condicionáveis pela conjuntura particular do partido. E a afirmação da autonomia tem uma implicação central, que é a de condicionar a nossa actividade apenas em função do interesse, das preocupações e dos anseios da juventude portuguesa, ao contrário do que acontece com as demais organizações partidárias de juventude.
Por outro lado, nenhuma juventude partidária faz tanta e de qualidade equiparável à nossa, formação política.
Seria disparatado a ideia de uma discriminação fiscal positiva, não só aos jovens, mas às empresas e instituiçõs de crédito que apoiam (sobretudo no que ao capital de risco diz respeito)?
Não me parece de modo nenhum disparatado a defesa de uma discriminação fiscal positiva ao empreendedorismo.
Um dos problemas estruturais da nossa economia é a incapacidade revelada de captar investimento e de potenciar o desenvolvimento do risco e do empreendedorismo, em especial o jovem.
Portugal tem um péssimo registo nesta matéria, quer em temos de despesa em I&D em percentagem do PIB (baixa), quer em termos do papel do Estado nos montantes investidos (demasiado elevado).
O nosso desenvolvimento depende da nossa capacidade de inovação e de empreendedorismo. Não podemos estar à espera que outros criem empregos, temos nós próprios que procurar criar a nossa empresa.
O sistema fiscal é um instrumento fundamental não só para a captação de investimento, quer para a promoção do empreendedorismo e do risco, seja através de desagravamentos fiscais às empresas de capitais de risco, bem como em relação aos próprios empreendedores.
Mas, importa ter presente que a promoção do empreendedorismo jovem deve ser também promovida e potenciada através do desenvolvimento de um conjunto de outras medidas. Desde logo, através da criação de mecanismos que incentivem a criação de incubadoras de empresas, que fomentem a ligação entre as universidades e as empresas, através da criação, em ligação ao meio académico, de fundos de capital para participação em empresas (spin-off das universidades) bem como de gabinetes de licenciamento de tecnologia;
Por outro lado, os programas de incentivos, tais como o PRIME Jovem devem assumir uma dimensão mais relevante – simples majorações de 5% são insignificantes.
A aposta no empreendedorismo é determinante para que Portugal possa alcançar os índices de desenvolvimento dos nossos parceiros da União Europeia.
O que é que temos que fazer para trazer os jovens para a política até 2009?
Não é fácil a tarefa de motivação dos jovens para a política. Em primeiro lugar, porque os jovens têm hoje um conjunto de solicitações e de opções que muitas das vezes provocam que releguem a política para um segundo plano. Por outro lado, porque o exercício da actividade política não é hoje visto como uma missão nobre.
Todavia, não é verdade que os jovens não tem consciência politica ou preocupações cívicas. Basta, aliás, ver o empenho que colocam na defesa de determinadas causas e que colocam no âmbito de movimentos cívicos ou de associações juvenis. O problema é que generalidade das ocasiões os jovens não se revêem nos políticos e na organização dos partidos políticos.
Nesse sentido, temos de nos tornar atractivos aos olhos dos jovens de forma a sermos capazes de os motivar para a participação na nossa organização.
Só os conseguiremos atrair se definirmos um conjunto de causas e de questões em que se revejam e se, por outro lado, ao nível do nosso funcionamento formos capazes de pautar a nossa acção por critérios e por princípios em que os jovens de seriedade e de credibilidade.
Qual o programa da e estratégia da JSD para os jovens que frequentam o ensino superior e para os recéns-licenciados?
Hoje os jovens licenciados sofrem um enorme flagelo que é o desemprego. Há vinte anos atrás a licenciatura constituía o passaporte para o mercado de trabalho, hoje é um bilhete dourado para o desemprego.
Por isso é fundamental adequar-se a oferta do ensino superior com a procura do mercado de trabalho. Para tal é fundamental por um lado, aproximar os agentes do mercado de trabalho com as universidades, por outro é determinante reformular os mecanismos de acesso ao ensino superior. Não faz qualquer sentido que as regras de acesso sejam determinadas em função de mecanismos de natureza administrativa e financeira.
Atendendo ao absoluto desajustamento entre a oferta e a procura do mercado de trabalho, as regras de acesso ao ensino superior devem ser determinadas em função das necessidades do mercado de trabalho, pelo que me parece fazer sentido reintroduzir a discussão sobre a possibilidade de definirmos a entrada no ensino superior através da regra dos numerus clausus estratégicos.
É certo que o nosso sistema político sofre hoje rupturas e problemas graves de funcionamento e de credibilidade. Perante esse facto há duas hipóteses de abordagem. Ou consideramos a possibilidade de refundarmos o sistema e o reformulamos internamente, ou pelo contrário, consideramos que o sistema não é regenerável.
Confesso que não me parece que tenhamos chegado a esse ponto de ruptura, que justifique a instauração de uma nova república. Considero que apesar das rupturas que reconheço existir no nosso sistema democrático, parece-me que o sistema é regenerável.
Qual seu plano para fazer chegar a mensagem da JSD aos jovens do ensino secundário onde a JCP ainda domina?
De facto, a aposta no ensino secundário é absolutamente determinante. A este propósito deixa-me dar-te nota de que iremos desenvolver no início do ano lectivo uma campanha dirigida aos alunos do ensino secundário, na qual exigiremos que o governo desenvolva uma activa reforma que promova os valores do mérito, da excelência e da qualidade, que combata o insucesso e abandono escolar e que permita aos jovens assim que terminem a escolaridade obrigatória disporem de instrumentos efectivos para ingressarem no mercado de trabalho.
A conquista da confiança dos jovens do ensino secundário impõe que lhes adequemos a nossa mensagem. Não podemos falar com os jovens do ensino secundário como comunicamos com os alunos do ensino superior ou com os jovens que procuram o primeiro emprego ou primeira habitação.
Confesso que não partilho da opinião de acordo com a qual a JSD deve resumir a sua actuação ao nível do ensino secundário através do exercício da sua influência junto das associações de estudantes, tal como faz a JCP. A JSD deve olhar para as associações de estudantes como parceiros estratégicos na nossa actuação e como espaço de formação para os nossos quadros.
Fala-se muito ,e bem, no facto de milhares de jovens portugueses terem de emigrar a procura de melhores condições de vida. Mas o que pensa sobre os milhares de jovens que imigram para Portugal?
Como referes verifica-se hoje em Portugal o ressurgimento de um fenómeno de emigração de jovens portugueses. Esse fenómeno verifica-se face à ausência de esperança e de expectativas dos jovens sobre o seu futuro em Portugal, determinada pela ausência de políticas deste governo, designadamente em matéria de promoção do emprego e da captação de investimento.
A imigração de jovens para Portugal coloca hoje uma questão central que diz respeito à necessidade de desenvolvermos políticas de integração dos mesmos, conferindo-lhes a capacidade de desenvolverem os seus projectos de vida em Portugal.
Que papel devem desempenhar as juventudes partidárias no futuro?
As juventudes partidárias devem assumir como uma das suas principais funções a formação política, por duas razões essenciais.
Em primeiro lugar, porque a credibilização do sistema político conquista-se com actores políticos nos quais os cidadãos se revejam, e com cidadãos conscientes das suas responsabilidades. Ora, as juventudes partidárias contribuirão para essa mesma credibilização através da aposta séria na formação política e cívica dos seus membros.
Por outro lado, as juventudes partidárias têm a responsabilidade de contribuir para a renovação e regeneração dos quadros políticos do partido de que faz parte, devendo essa mesma renovação ser efectuada com quadros políticos conscientes e devidamente formados.
Além da afirmação da formação política, as juventudes partidárias devem assumir sempre a defesa dos interesses, dos anseios e das preocupações da juventude portuguesa como, como a sua razão de ser. Uma juventude partidária que esquece que essa é a sua razão de existência nega-se a si própria. A defesa dos interesses da juventude deve ser sempre efectuada mesmo que isso se revele incómodo para o partido ou para o governo. A agenda de uma juventude partidária tem de ser definida em função dos interesses da juventude e não em função das preocupações circunstanciais do partido ou do governo.
Qual o verdadeiro impacto da Universidade de Verão na formação política da JSD?
A Universidade de Verão é um instrumento fundamental na actuação política da JSD.
Permite-nos proporcionar a jovens militantes e não militantes a oportunidade de, durante uma semana, contactarem com os principais especialistas nas mais diversas áreas, reflectirem sobre os mais importantes desafios que se colocam ao nosso país e ao nosso futuro colectivo, e desenvolverem e praticarem um conjunto de princípios e de valores essenciais no exercício da acção política.
A Universidade de Verão tem-se demonstrado, por outro lado, como um verdadeiro viveiro de novos quadros políticos da JSD e do PSD. Muitos dos alunos de anteriores edições da UV, desempenham hoje funções nas suas secções e distritais, fruto da sua participação na UV.
Como caracteriza a juventude portuguesa no contexto europeu?
A juventude portuguesa vive hoje um dos momentos mais negros do últimos 30 anos.
A nossa concorrência quer ao nível do emprego, quer ao nível do desenvolvimento da nossa vida, como por exemplo, no acesso à habitação, desenvolve-se no quadro europeu. Ora, se analisarmos os instrumentos, as expectativas e as esperanças dos jovens da generalidade dos países europeus são incomparavelmente mais firmes do que as dos jovens portugueses, o que coloca aos jovens portugueses dificuldades acrescidas no desenvolvimento das suas vidas.
Pelo que, é absolutamente determinante alterar o quadro em que se definem e executam as políticas de juventude, de modo a conferir aos jovens portugueses os necessários instrumentos para desenvolverem as suas vidas de forma promissora.
Quais os principais desafios/dificuldades da JSD para os próximos anos?
A JSD tem um enorme desafio – o de reconquistar a confiança da juventude portuguesa, sendo para isso fundamental a JOTA conseguir reconquistar o seu espaço de intervenção e influência na sociedade portuguesa.
Para isso a JSD tem de se centrar no debate político das questões centrais para a juventude portuguesa e preocupar-se menos com as questões políticas internas.
Para isso temos de olhar menos para nós e mais para a sociedade portuguesa, preocupando-nos com os problemas que afectam a juventude portuguesa.
Para isso temos de ser capazes de falar a linguagem dos jovens, interpretar o sentimento da juventude portuguesa e ser capazes de identificar as causas e bandeiras que os mobilizem. Com irreverência mas sempre com grande sentido de responsabilidade.
Sendo a Universidade de Verão a melhor academia de formação política nacional, quais os desafios futuros da JSD na áera de formação e renovação da classe política em Portugal?
A JSD tem afirmado a formação como prioridade estratégica. Entendemos fundamental estimular na JSD valores como o mérito, o rigor e a excelência.
A formação política e ideológica dos quadros políticos da JSD é para nós um investimento sério, porque consideramos que é desse modo que se constrói o nosso futuro colectivo, que é dessa forma que se credibiliza a política e os jovens políticos, que é assim que se atraem novos valores para a actividade politica.
Nesse sentido, concebemos e estamos a desenvolver um inovador e pioneiro Plano de Formação Política, que tem como vértice a Universidade de Verão, mas que não se resume a esse importante evento.
O Plano de Formação Política da JSD assenta em três áreas estruturais: formação de militantes de base, formação para dirigentes políticos e formação para jovens autarcas. Como entendemos que a formação deve ser encarada de forma séria constituímos uma equipa de 20 formadores, composta por dirigentes da JSD e jovens assistentes universitários, que receberam formação nas áreas em que intervirão.
Por outro lado, preparamos ainda um Manual de Formação Política Digital que serve de base às dezenas de acções de formação que se tem realizado por todo o país.
O que e como combaterá a JSD estas políticas (ou ausência delas) nefastas para a juventude portuguesa do actual Governo PS, nomeadamente o fim do Arrendamento Jovem e as políticas do Ensiono Superior?
A JSD não tem dado tréguas ao governo socialista porque entendemos que este governo e o Primeiro-Ministro tem por um lado, mentido aos jovens e por outro, revelado uma absoluta insensibilidade para os problemas da juventude portuguesa.
A ausência de políticas ao nível do arrendamento jovem e do ensino superior é característica do desnorte deste governo.
O Governo decidiu aprovar o diploma que aprovou o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior, (RJIES), nas costas da comunidade académica, tendo manifestado uma governamentalização absolutamente inaceitável das universidades.
O RJIES é o mais grave atentado à autonomia universitária alguma vez verificada em Portugal. Por um lado, o diploma não respeita a capacidade de as próprias instituições se organizarem em função das suas especificidades. Por outro lado, o governo reserva ao titular da pasta do ensino superior a capacidade para tomar um conjunto de decisões que deveriam estar na esfera de competências das próprias instituições.
No que diz respeito à ausência de política de arrendamento jovem registamos com profundo lamento a decisão que o Governo tomou de revogar o diploma que aprovava os incentivos ao arrendamento jovem (IAJ). Aliás, a JSD desenvolveu no início deste mês de Agosto uma campanha de verão na qual tivemos a oportunidade de justamente sensibilizar os jovens portugueses para este problema da ausência de políticas ao nível do arrendamento jovem.
A revogação do IAJ significa diminuir de forma drástica os instrumentos ao seu dispor para recorrerem ao mercado de arrendamento. Quer ao nível do montante dos apoios, quer a duração dos benefícios a atribuir.
A decisão do Governo coloca milhares de jovens sem instrumentos para o recurso ao mercado do arrendamento.
Como pode a JSD fazer a diferença na participação dos jovens na sociedade na vida política do país?
A JSD faz a diferença na acção política através da sua forma irreverente e séria de tratar os assuntos e as matérias que constam da nossa agenda política e pela afirmação sempre incondicional da defesa dos jovens portugueses.
Ao contrário das restantes juventudes partidárias, tal como a JS, a JSD desenvolve a sua acção sem condicionamentos ou constrangimentos que digam respeito à actividade ou à agenda interna do partido. A actividade da JSD é definida única e exclusivamente tendo em consideração o interesse, as ambições e as preocupações da juventude portuguesa.
Qual seria a melhor mensagem que o Presidente da JSD poderia fazer a todos aqueles que estão presentes na UV2007 e não são militantes da nossa organização, no sentido de incutir um pouco do "espírito da jota"?
A JSD é uma grande família e um importante espaço de intervenção política e cívica, onde é possível defendermos as nossas causas e as nossas bandeiras no quadro da social democracia.
Tal como puderam constatar durante esta semana na UV a JSD tem como preocupação central da sua actividade a defesa intransigente dos anseios, ambições e preocupações dos jovens portugueses.
O momento que o país atravessa exige uma intervenção sólida e intransigente face à insensibilidade que este governo tem revelado em matéria de juventude, pelo que vos convido para se juntarem a nós no cumprimento dos nossos propósitos.
Dói dizer-se que as juventudes partidárias são uma espécie de alfobre ou valhaconto de párias que se açoitam nestas estruturas para esportular um cargo partidário, político ou profissional. Em que medida pode a JSD contrariar esta ideia e afirmar-se como juventude charmeira cá do país?
A JSD é um espaço de intervenção cívica e política determinante em Portugal. Não há em especial na JSD fenómenos de perversidade de maus hábitos e vicíos que não se verifiquem noutras organizações políticas e partidárias.
Como constatamos por eventos como a universidade de verão, a JSD é além de um espaço de intervenção política uma verdadeira academia política. O caminho da diabolização da JSD e das juventudes partidárias em geral, bem como a generalização de comportamentos e de certos vícios, é um caminho que não serve a juventude portuguesa e a credibilização do sistema político e que devemos diariamente combater.
O caminho que a JSD deve seguir é assim o credibilização do seu trabalho e o da afirmação do seu programa político na defesa dos interesses da juventude portuguesa.
Considera a JSD o palco ideal para um jovem se expressar e intervir politicamente? Não sente um ambiente de vícios e de cunhas? Um pequeno palco para adquirir os maus hábitos dos políticos.
A JSD é um espaço de intervenção cívica e política determinante em Portugal. Não há em especial na JSD fenómenos de perversidade de maus hábitos e vicíos que não se verifiquem noutras organizações políticas e partidárias.
Como constatamos por eventos como a universidade de verão, a JSD é além de um espaço de intervenção política uma verdadeira academia política. O caminho da diabolização da JSD e das juventudes partidárias em geral, bem como a generalização de comportamentos e de certos vícios, é um caminho que não serve a juventude portuguesa e a credibilização do sistema político e que devemos diariamente combater.
Qual considera ser o nível da importância da JSD ao cumprimento dos objectivos políticos que o PSD se propõe?
A JSD assume uma importância fundamental no cumprimento dos objectivos políticos do PSD. Por um lado, cabe à JSD conquistar a confiança dos jovens portugueses, através da nossa acção directa afirmando como prioridades essenciais as questões que mais preocupam os jovens (habitação, educação e emprego), e por outro lado, influenciando o PSD a assumir um discurso verdadeiramente jovem.
Por outro lado, com a irreverência que é característica da JSD, e que não seria tolerada ao PSD, temos de desenvolver uma oposição firme e feroz ao governo do PS, chamando a atenção dos portugueses para um conjunto de questões que o PSD não pode e não deve sublinhar.
A JSD deve ser tal como Emídio Guerreiro afirmou a “a consciência critica do PSD e o repositório dos ideais social democratas”, abordando sem tabus e constrangimentos todas as matérias consideradas relevantes para a sociedade portuguesa.
Para uma JSD mais democrática, a escolha do líder não devia ser através de eleições directas?
A eleição directa do líder da JSD é um debate que se terá oportunamente de realizar na nossa estrutura. Em todo o caso há duas notas que me parece importante ter em consideração. Em primeiro lugar, não me parece fazer sentido apenas proceder-se à eleição directa do Presidente da Comissão Política Nacional. A adoptar-se esse método, o mesmo deve aplicar-se a toda a direcção nacional sob pena de passarem a existir membros com legitimidade acrescida, (Presidente), e outros com legitimidade diminuída, pelo facto de serem eleitos em Congresso.
Em segundo lugar, é determinante ter-se em consideração que a determinação do método de eleição através do voto directo dos militantes significa forçosamente que uma decisão importante como a eleição do líder da JSD passa a ser determinante apenas meia dúzia de estruturas com o inconveniente de reduzir a JSD a 5 distritos.
Esta é uma questão importante que deve obedecer a um debate sério e ponderado que permita avaliar as implicações, as vantagens e as desvantagens.
Considera que o líder nacional da JSD deve ser eleito por eleições directas como acontece com Presidente do PSD?
A eleição directa do líder da JSD é um debate que se terá oportunamente de realizar na nossa estrutura. Em todo o caso há duas notas que me parece importante ter em consideração. Em primeiro lugar, não me parece fazer sentido apenas proceder-se à eleição directa do Presidente da Comissão Política Nacional. A adoptar-se esse método, o mesmo deve aplicar-se a toda a direcção nacional sob pena de passarem a existir membros com legitimidade acrescida, (Presidente), e outros com legitimidade diminuída, pelo facto de serem eleitos em Congresso.
Em segundo lugar, é determinante ter-se em consideração que a determinação do método de eleição através do voto directo dos militantes significa forçosamente que uma decisão importante como a eleição do líder da JSD passa a ser determinante apenas meia dúzia de estruturas com o inconveniente de reduzir a JSD a 5 distritos.
Esta é uma questão importante que deve obedecer a um debate sério e ponderado que permita avaliar as implicações, as vantagens e as desvantagens.