14.30 - Assembleia (simulação) 20.00 - Jantar-Conferência com o Dr Vasco Graça Moura
Pergunta a ...
Na UV 2006, todos os participantes tiveram a possibilidade de dirigir perguntas escritas aos conferencistas e a personalidades que se associaram a esta iniciativa. De entre as perguntas que lhes eram destinadas, os nossos convidados escolhiam duas para dar resposta e para serem publicadas no JUV.
Aqui podem ser consultadas não só as perguntas seleccionadas pelos convidados e as respectivas respostas mas também todas as restantes que não chegaram a ser publicadas.
Para a educação e saúde das crianças, qual o melhor tipo de família? Tradicional, monoparental ou outra?
Não lhe chamaria tradicional mas talvez clássica… Havendo seguramente crianças que crescem saudáveis e equilibradas no seio de outros modelos de família, creio que há maior probabilidade disso acontecer numa família de pai, mãe e filhos.
Vê algumas melhoras desde a lei que encurtou o prazo para a adopção de crianças ou pensa que mesmo assim ainda existe um longo caminho a percorrer?
Infelizmente, creio que não se verificam melhorias significativas no tempo de conclusão dos processos de adopção. Julgo que a lei não tem muita margem para continuar a encurtar prazos. As melhorias devem ser ao nível do processo de selecção dos candidatos, que está sob alçada da Segurança Social.
Peço-lhe um exercício de memória relativamente ao caso Esmeralda, na sua opinião toda a situação metiática decorrente daí lança o debate de, entre outras coisas, a "qualidade" do critério biológico como forma de decisão na atribuição de crianças a casais. Quais as suas considerações acerca deste problema?
Sabendo que em Portugal existem cerca de 150 mil crianças em situação de risco, no seu ponto de vista quais deveriam ser as medidas a tomar para tentar resolver este problema e para prevenir o aumento deste número.
Existem imensas crianças em risco. Será que se elas ficarem melhor com pessoas que as queiram adoptar, não poderiam ser tomadas ainda mais medidas na defesa da saúde mental, emocional e física, ao não existir tanto problema com a burocracia?
Que medidas devem ser tomadas para facilitar o percurso de adopção em Portugal para acabar de vezes com todas as burocracias inerentes a este processo que em nada protege a criança que está à espera de uma família de acolhimento.
As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em perigo integram, entre outros, alguns políticos locais, que aproveitam estas estruturas para esportular mais uns votos, entrando nas classes desfavorecidas e esquecendo o exercício para que foram designados. Faz sentido estas Comissões integrarem políticos, na maior parte das vezes sem preparo técnico ou até humano adequado para as funções?
Existe algum tipo de protecção ou apoio psicológico a crianças que se vêem envolvidas no meio de um processo de divórcio litigioso, em que pai e mãe acabam por demonstrar falta de capacidade para ficarem com a custódia dos filhos?
A adopção é normalmente encarada como estando destinada a casais com problemas de fertilidade. Acha que adoptar uma criança, com todos os benefícios que acarreta, deveria ser encarado como uma boa acção cívica (a realizar por que tem possibilidades e vocação)? E já agora, incluíria a adopção por homossexuais?
Enquanto Deputada, o combate ao "tráfico" de crianças desempenhou um papel fundamental no seu trabalho. Nesse sentido, como encara a evolução e situação actual em Portugal face a esta premente problemática?
Considera que as Instituições Particulares de Solidariedade Social têm um papel importante na ajuda às crianças em risco ou deveria ser o Estado a assumir estas responsabilidades?