14.30 - Assembleia (simulação) 20.00 - Jantar-Conferência com o Dr Vasco Graça Moura
29-08-2007
Sessão Plenária Extraordinária
Dep. Carlos Coelho
No melhor português de sempre para a apresentação da vossa posição e para a sua defesa, têm a palavra com 4 minutos, com 30 segundos de tolerância. Há um grupo que está definido que vos virá atacar, e vocês terão dois minutos para se defenderem. Quem defende está aqui no púlpito, quer na intervenção inicial, quer na segunda intervenção. Quem ataca está aí onde está sentado. 4 minutos, 4,30 apresentação inicial, 2 minutos de ataque, 2 minutos de resposta.
De uma forma geral os grupos indicaram um representante, há grupos que indicaram mais do que um representante para a apresentação e num caso para as respostas. Nós não temos nenhum problema relativamente a essa solução, mas isso não significa nenhuma vantagem no tempo, portanto, chamamos a atenção dos grupos que têm um conjunto muito significativo de pessoas para intervir. E falo particularmente para o Grupo Laranja que indicou para a intervenção inicial todos, que têm que gerir o tempo. Bem como o Grupo Rosa que tem três intervenções iniciais, e o Grupo Cinzento que tem duas respostas e que tem dois ataques.
Atenção que não há tolerância com o escorregar do tempo nos dois minutos.
E pronto, recordadas que estão as regras, sei também que há estilos diferentes de apresentação, há quem tenha power point, há quem tenha outras coisas, nós deliberadamente não introduzimos nenhuma limitação relativamente à criatividade dos grupos, e portanto, tudo é legítimo dentro do bom senso e do bom gosto.
Vamos então iniciar a primeira apresentação, que será a cargo do Grupo Rosa. O Grupo Rosa pediu para falar através da Sabrina Coutinho Furtado, do Diogo Agostinho e do Fernando..
Peço desculpa. Os vossos Coordenadores têm desde o primeiro dia a ordenação das apresentações e para hoje é o grupo rosa o primeiro, o verde o segundo, o amarelo o terceiro, o encarnado o quarto, o quinto o azul, o sexto o bege, o sétimo o castanho, o oitavo o laranja, o nono o cinzento, e o décimo o roxo. É o que resulta do sorteio que foi feito na vossa presença. Certo?
Muito bem. Assim sendo, o primeiro a apresentar é o Grupo Rosa. Todos os coordenadores têm esta grelha.
Portanto, recapitulando, na primeira apresentação que é do Grupo Rosa, que é apresentar “D. Afonso Henriques”, temos para apresentar a Sabrina Coutinho Furtado, o Diogo Agostinho, e o Fernando Gomes Alves. Vai atacar o Grupo Rosa, o Grupo Bege através do Luís Valente. E depois o Grupo Rosa responderá através do João Reis.
Certo? Não há aqui dúvidas nenhumas?
Muito bem, meus senhores, vamos dar início à primeira apresentação, vou dar a palavra ao Grupo Rosa para defender D. Afonso Henriques, e quem é o primeiro a falar? Sabrina tem a palavra.
Raquel Baptista Leite
D. Afonso Henriques
— Boa tarde a todos. Temos hoje connosco uma figura incontornável e incontestável da história do nosso país: D. Afonso Henriques.
Sua Majestade, conte-nos como tudo começou.
— Tudo começou com um sonho, sonhar Portugal. Creio que não houve ninguém antes de mim que tivesse pensado em Portugal. Pensei em Portugal e felizmente muitos comigo fizeram também, e agora muitos de vocês também estarão a pensar Portugal.
— E onde foi encontrar a motivação?
— Encontrei a motivação nos Vimaranenses, nas pessoas que dominam o Vouga, vieram comigo, e nos Frades que depois da Batalha de Ourique me disseram: Afonso, é o eleito de Deus para provar a autonomia de Portugal e dos portugueses.
— E para si, a Batalha de Ourique foi a mais difícil?
— Bem, nessa batalha só venci 5 reis mouros, portanto, sim, foi a mais difícil.
— Diz só, mas é muito. Cinco reis mouros é muito.
— Um bocadinho.
— E sobre o facto de dizerem que você não é um grande general, o que tem a dizer?
— Nunca fui um grande general, nunca tive mordomias, nunca tive regalias, não sei o que é, passei muitas privações. Nunca fui um grande rei nem sei o que isso é, nem quero saber, muitos depois de mim hão-de ser e hão-de aproveitar todo o ouro que eu lhes deixarei. Eu só quero ser Portugal.
— D. Afonso Henrique, diga-me por favor, o que é para si, ser português?
— Ser português é ser diferente, é ser à frente, é pensar mais, é pensar Portugal, é pensar nos outros, é pensar em cada um de nós, é pensar na terra e no mar, no céu, é pensar em barcos, é pensar em guerras, é pensar em desafios. Portugal é tudo isso, para mim.
— E à partida, se pensamos isso tudo, o devemos a si?
— Penso que sim.
— E já dizia o outro que mais vale em guerra livres que em paz sujeitos?
— Exactamente.
— E sobre a sua mãe, o que tem a dizer?
— Sobre a minha mãe, eu tenho a dizer que eu nunca maltratei a minha mãe. (Risos) Apenas tenho a dizer que a minha mãe, como sabem o meu pai morreu muito cedo, e a minha mãe tirou-me aquilo que era meu, quando me tornei maior de idade achou que Fernão Peres era mais bonito que eu, e decidiu partilhar com ele aquilo que não era dela. E eu apenas lutei por aquilo que era meu, e que foi.
— Muito obrigada e até à próxima.
— Nada. Obrigado.
(APLAUSOS)
Escolhas de Marcelo
— Boa tarde, sr. professor.
— Então, Ana Sofia. Boa tarde Ana Sofia.
— O meu microfone teve um percalço qualquer.
— Não faz mal Ana Sofia.
— Boa tarde, Sr. Professor. Hoje o tema em discussão é “O melhor português de Sempre”.
— Exactamente.
— Professor Marcelo, pode D. Afonso Henriques, ser o melhor português de sempre?
— Não pode. É!
— Porquê?
— É o nosso primeiro, é o nosso primeiro.
— Porquê, desculpe?
— É o nosso primeiro português.
— Principal qualidade?
— Lutador.
— Principal defeito?
— Vitória de Guimarães.
— Qual a batalha mais difícil?
— A mãe.
— Acha isso bem?
— Não.
— Fazia outra vez?
— Fazia.
— Salazar ou D. Afonso Henriques?
— Afonsinho.
— Cavaco ou D. Afonso Henriques?
— Afonsinho.
— Marcelo ou D. Afonso Henriques?
— Eu.
— Alguma nota para nos apresentar hoje?
— Duas: um livro de um grande amigo meu, Freitas do Amaral, Biografia D. Afonso Henriques, e a Universidade de Verão, um grande abraço para o meu amigo Carlos Coelho.
— Obrigada e Boa noite.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Fernando Alves tem que estar a aqui para responder. E vou dar agora a palavra ao Grupo Bege, Luís Valente
Luis Valente
Caríssimos colegas, é inegável que D. Afonso Henriques foi importantíssimo para a construção de Portugal, lutou pela autonomia, pelo reconhecimento e protecção de Portugal pela igreja, expandiu o território nacional expulsando os mouros de terras lusas. Mas, não podemos ignorar os meios utilizados para atingir tais feitos.
Ao estarmos a debater o Melhor Português de Sempre, não podemos esquecer que nem tudo são rosas, todos têm os seus espinhos, e a nossa personagem é uma rosa cravada de espinhos, começando pelos valores fundamentais: o valor da família. D. Afonso Henriques entrou em guerra com a mãe, derrota-a e fá-la prisioneira, e como qualquer outro despojo de guerra e nem se despede dela.
Continuando a falar de valores, não será importante o Melhor Português ser leal, verdadeiro, honesto? Em qual destes valores se enquadra o suborno dos Papas Lúcio II e Alexandre III, como forma de realizar o seu desejo de ser rei?
Não podemos esquecer o totalitarismo que marcou o seu reinado, com um cunho de violência e crises de cólera. Chegando a atacar o próprio genro, com razões infundadas e ficcionadas, com o receio da perda do seu poder. Foram precisos 32 anos para as principais cidades do reino alcançarem administração própria.
Será, então este o maior português de sempre? Que se regeu dos princípios dúbios, fundados na intolerância, mentira, fraude, totalitarismo, traição, violência? Será este o exemplo que queremos dar às nossas gerações vindouras? Pensem nisto.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Muito bem, Fernando Alves para responder.
Fernando Gomes Alves
Tal como se apresentou aqui anteriormente, ele próprio disse que não bateu na mãe. Agora isso já não sei. A verdade é que o que ele fez ou a decisão que ele tomou foi que acreditou em si próprio e ia tomar um caminho, um trilho, que ia ser ele próprio a percorrê-lo, independentemente de ser a opinião da família ou não.
Normalmente, às vezes a família não tem a mesma opinião que determinados membros, não é por isso devemos passar a concordar com ela, devemos trilhar o nosso próprio caminho.
Com ele nasceu foi o sonho de uma Nação, de uma identidade própria e de uma consciência distinta e única.
Não se apresentou como um organizador, apresentou-se como um lutador. A organização administrativa não devia ser o seu forte, com certeza.
Tomou o futuro nas mãos, foi armado cavaleiro com 14 anos. Deixou-nos um sentimento que é de não nos acomodarmos a uma política que nos nega o futuro, e que nos impõe certezas que, por vezes não são verdades. Existiu nele, na altura, e agora em nós, um sentimento de esperança e democracia, de lutar, de ver e vencer.
Nós somos jovens e ninguém nos pode parar, e a ele também ninguém o parou. Aquilo que muitos consideraram subornos, eu considero alianças. E às vezes não nos aliamos a quem queremos mas sim a quem podemos.
Tal como ele, nós no nosso caso, não vamos bater na nossa mãe, mas temos que bater na génese das políticas que nos querem impor e que não servem de todo os nossos interesses.
Obrigado.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Muito obrigado aos dois grupos que intervieram. E agora vamos passar para o Grupo Verde. O Grupo Verde propõe como Melhor Português de todos os tempos, “Egas Moniz”, vai ser representado na apresentação pela Mónica Santos Rosa, vai ser atacado pelo Grupo Castanho através do João Marques, e vai-se defender através da Mariana Costa.
Muito bem, Grupo Verde, Mónica Santos Rosa, tem a palavra.
Mónica Santos Rosa
Vou falar um pouco sobre Egas Moniz e explicar porque é que, sob o nosso ponto de vista, ele é o Melhor Português de Sempre.
O seu nome era António Caetano de Abreu Freire, no entanto ele adoptou o nome Egas Moniz, porque o seu tio e padrinho assim o quis. Sendo que ele descende em linha directa do Aio de D. Afonso Henriques.
Foi uma notável personalidade que se distinguiu nas diversas áreas. Ele foi médico neurologista, foi investigador, foi professor universitário, político e escritor. Teve um grande contributo para a medicina, no seu desenvolvimento, o que lhe valeu 5 nomeações para os prémios Nobéis, sendo o primeiro português a ser galardoado com um.
Nesta área desenvolveu a angeografia cerebral, que permitiu um diagnóstico precoce das várias doenças que poderiam ser fatais. Até então só era possível analisar o crânio como uma massa homogénea através do RX, o que impossibilitava a observação do encéfalo. Com esta nova técnica era injectada uma substância denominada por contraste, o que facilitava e permitia visualizar todos os vasos sanguíneos cerebrais e poder detectar as suas anomalias, desde traumatismos, aneurismas, entre outros.
Assim, este homem evitou várias mortes e devolveu a esperança e o ânimo numa vida melhor.
Também para os seus alunos na Faculdade de Medicina de Lisboa e de Coimbra, a percepção da vida e a forma como a encaravam foi mudada.
No entanto, este senhor não foi só médico, não foi só professor e não foi só investigador. Foi irreverente a nível político. Inicialmente era monárquico, mas acabou por ser o fundador do Partido Republicano Centrista e participou activamente na implantação da 1ª República.
Exerceu funções de Embaixador de Portugal em Madrid e de Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Como escritor deixou uma herança da qual todos nos orgulhamos, e destacamos livros como “A nossa Casa”, e “Confidências de um Investigador Científico”.
Como todas as suas funções, foi irreverente e foi um visionário, escreveu sobre a sexualidade, tema que até então era um tabu.
Por todos estes motivos foi distinguido honorificamente em vida e após a morte.
Obrigada.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Muito bem, ouvimos a defesa do grupo verde. Vamos agora passar para o ataque do grupo castanho, João Marques.
João Marques
Há uma ligação bioquímica entre a cor da pele e a actividade sexual; daí os latin lovers. Há uma ligação entre natureza e ambição; quando se entrevistam gordos, sentimo-nos mal. Isto foi dito por James Watson.
Certas raças são geneticamente inferiores, pessoas com QI de 100, deviam receber bónus se aceitassem ser esterilizados, William Shockley.
O VIH não é origem da SIDA, Kary Mullis.
Roosevelt não hesitou em usar da violência para reprimir uma revolta anti-americana nas Filipinas.
O que é que estes homens têm em comum com Egas Moniz? Todos eles foram Nobeis.
O que quero dizer com isto? Quero dizer que esta é a prova maior de que eles tal como nós, são humanos, que eles tal como nós erram, e erram pela medida grande, infelizmente.
A todos sem excepção, reconheceremos facilmente o valor intelectual e a formação superior. Mas a todos também cabem estas pérolas, infelicidades, autênticos terrores de acção e ou pensamento. A violência técnica das soluções apontadas, não podem nunca ser julgadas assepticamente, o valor duma solução apura-se pelas consequências dos resultados.
Não podemos ignorar, de forma alguma, os milhares de vítimas que pereceram à custa deste alegado desenvolvimento. As vítimas de regimes que usaram este mesmo desenvolvimento, em seu próprio benefício, para aniquilar muitos e inúmeros adversários políticos. Zombies, vegetais, é isto vida humana? Reza a história que a ideia de tal atrocidade científica, nasceu de um momento em que perpetrados tais actos sobre chimpanzés, eles teriam deixado de saltar. Pois, sobre os homens, as consequências foram bem mais nefastas, deixaram de viver.
Se assim foi? Poderemos nós, alguma vez, eleger tal obra como a marca do Melhor Português? Poderemos nós abstermo-nos de quaisquer princípios éticos e cegamente olhar para um prémio que por muito nobre que seja, não pode nunca desculpar tudo?
Caros amigos, até Einstein, indiscutível génio se arrependeu dos seus eventos. Tenhamos o bom senso de não fazer uma escolha da qual nos arrependeremos para o resto das nossas vidas.
Muito obrigado.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Mariana Costa.
Mariana Costa
É o seguinte: tu sabes que a Medicina, como qualquer ciência, não é exacta e há uma constante evolução com o tempo. Hoje aquilo que é certo, amanhã é errado, e isso aconteceu em geral com todos os acontecimentos, todos os descobrimentos, inclusive na ciência, tu falaste de outros grandes cientistas, e com Egas Moniz, de facto, isso aconteceu.
Ele ganhou o prémio Nobel por ter conseguido arranjar uma maneira de diagnosticar doenças. Naquilo que ele errou, foram outras terapêuticas que ele tentou em casos que, de facto, já eram fatais. Em que as pessoas recorram a ele, em que já sabiam que não tinha grande esperança de vida, e que tentou arranjar uma solução.
Mas tu sabes que tem mesmo de ser assim, e se ele nunca errasse nunca ia saber que aquilo de facto não resultava.
E nós escolhemos Egas Moniz não só pelo prémio Nobel que ele teve, até porque o prémio Nobel não foi pela terapêutica em si, foi se calhar mais pelo conhecimento, porque naquela altura ele de facto era o melhor. Conseguiu chegar mais longe, deu a conhecer Portugal ao Mundo. E não só como médico, como eu já disse, mas também como político, como professor.
Na nossa opinião, de facto, é uma pessoa importante, multifacetada.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Muito obrigado Mariana e muito obrigado aos dois grupos que participaram neste ensaio. E vamos agora para o Grupo Amarelo. O grupo Amarelo vai defender o Infante D. Henrique, vai defende-lo através do Tiago Larsen, vai ser atacado pela Carolina Ferreira do Grupo Laranja, a quem responderá o Tiago Larsen do Grupo Amarelo.
Tiago Esteves
(…) São Lágrimas por Portugal.
Terra à vista!
Obra Influência.
Convenci D. João I a invadir Ceuta, planeei as descobertas da Madeira e dos Açores, planeei a passagem do Cabo Bojador. Em seguimento Bartolomeu Dias passou o Cabo das Tormentas, Cabral chegou ao Brasil, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia, Colombo chegou à América e Magalhães fez a primeira viagem de circum- navegação do globo.
Descoberta
Na expressão de Camões, “O Infante deu novos mundos ao Mundo”, iniciou a exploração marítima, que permitiu aos portugueses e aos europeus, chegarem à África, à Ásia, à América e à Oceânia.
Conhecimento
Era um dos maiores matemáticos do seu tempo. Reuniu em Portugal os maiores cientistas da Europa. Aplicou o astrolábio à navegação, inventou as cartas planas, assistiu à invenção da Caravela, e utilizou tudo isso no prosseguimento do seu sonho. É o exemplo máximo do homem renascentista.
Intercâmbio
Impulsionou o intercâmbio cultural e comercial entre os povos europeus e os povos de África, da América e da Ásia. Palavras tão corriqueiras como banana ou chá foram trazidas para o português através desse intercâmbio, e depois passadas por outras línguas europeias mundiais.
Por estes e outros factores nós achamos que de facto o Infante iniciou o conceito de globalização. Isto porque conseguiu revolucionar, em termos tecnológicos Portugal, e de alguma forma o mundo, que na altura se reduzia fundamentalmente a uma Europa.
Participou também na reorganização geopolítica do mundo. Contribuiu também para a miscegenização das culturas e dos povos, e exportou o modelo de cultura portuguesa pelo mundo, tão importante no desenvolvimento dos inúmeros povos.
Por estes e outros motivos que se podem referir, nós achamos que, de facto, este é o maior português de sempre e uma das maiores personalidades da história mundial.
Música
Ficou preso no Mar, e o Império se desfez!
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Muito obrigado Grupo Amarelo pela apresentação. Vamos agora ouvir o ataque do Grupo Laranja, Carolina Ferreira.
Carolina Ferreira
Muito boa tarde, em nome do Grupo Laranja, não nos parece de todo pertinente esta nomeação do Infante D. Henrique como Melhor Português de todos os tempos(…)
(Um minuto inaudível)
Acácio Coelho
(…) A maior prova do génio, só convencer o rei a conquistar uma sociedade, não era só isto. Era mais! Foi quando ele teve que ser encarregado de gerir Ceuta. Também foi a sua primeira tarefa. Neste problema, depois da conquista, aconteceu algo que também é previsível, os mercadores, essa fonte de riqueza, foram-se embora, fugiram e levaram as rotas com eles. Enfim! O Infante, o que é que faz? Enfim, mostra o seu génio. Olhou para o que tinha em Portugal, olhou para o que podia comprar, olhou para o que podia ter, arranjar, e estabeleceu um objectivo que na sua opinião era possível.
O objectivo passou a ser: tomar controlo das rotas de comércio. Mas desta vez não queremos saber dos mercadores! Vamos directos à fonte! Vamos directos às terras dos metais preciosos, às terras das mercearias, às florestas das madeiras raras e preciosas.
Parecia impossível. É verdade, parecia impossível. Mas, o tempo deu razão. Com isto, depois disto tudo, no final de tudo, nasceu um Império, redefiniu-se as fronteiras do Mundo. E muito mais importante: o Infante D. Henrique, atingiu os objectivos a que se propôs.
É este o retrato do alquimista dos descobrimentos, que transformou literalmente a madeira em ouro. O português que deixou, não só o Mundo melhor do que aquele em que nasceu, como ainda o aumentou.
Palmas para o português Infante D. Henrique.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Nuno Brito, Grupo Roxo.
Nuno Brito
Caros colegas, eu estou aqui para vos falar de um homem que era conhecido por ser um visionário, que na realidade era movido pela ganância. Um cristão exemplar, que era intolerante e racista, um aventureiro que na realidade é um dos maiores embustes da História de Portugal e um paradigma da honestidade que não era nada mais que um grande corrupto.
E passo a explicar, 1/5 dos proveitos das descobertas patrocinadas pelo Infante D. Henrique, ficavam para ele - é ganancioso.
Em segundo lugar é intolerante e racista porque era um fervoroso anti-mulçumano, e foi em Portugal um pioneiro da escravatura. A maior nódoa negra da nossa História.
É o maior embuste da história portuguesa, porquê? Conhecido como Henrique o Navegador, ele não passa de um usurpador da fama alheia, nunca pisou um barco que partiu numa descoberta e limitava-se a mandar os outros por ele. Aliás, consta que ele só viajava de barco quando estava bom tempo e o mar estava calminho. (Risos)
Por último, ele era um grande corrupto porque só apoiou D. Pedro para a regência quando conseguiu garantir em troca, manter o seu privilégio de 1/5 dos lucros das descobertas. A isto, meus amigos, eu chamo tráfico de influências. E tráfico de influências é punível segundo artigo 335º do Código Penal, com uma pena de prisão até 5 anos. (Risos)
Até pode ter sido uma personagem histórica e de algum relevo na História portuguesa, mas enquanto pessoa fica muito aquém de poder ser considerado o maior português de sempre.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Carlos Carvalho.
Carlos Carvalho
Sr. Deputado, mais uma vez o sr. está aqui a provar que embuste é o sr. e o seu partido.
Embuste não foi o Infante D. Henrique, porque o Infante D. Henrique foi pioneiro sim nos estudos da Matemática e da Cosmografia, pioneiro a nível mundial. Infante D. Henrique armado cavaleiro aos 21 anos, sr. Deputado, fez na actual Vila de Sagres, a primeira escola de cosmografia e navegação. Hoje, sr. Deputado, quando o sr. passeia pela Índia, como tanta gosta de o fazer, lembra-se que foi lá que nos portugueses, graças à capacidade de visionamento e a capacidade de prever o futuro do Infante D. Henrique, conseguimos conquistar um império, conseguimos espalhar Portugal pelo mundo, e conseguimos mostrar que nós portugueses somos mais fortes.
Sr. Deputado, o Infante D. Henrique fez mais, fez aquilo que falta fazer a Portugal hoje em dia, que o seu partido não fez enquanto aqui esteve.
O Infante D. Henrique conseguiu trazer para Portugal os grandes cérebros da navegação que pediram para se empregarem nas caravelas portuguesas. Eles pediram para se empregar nas caravelas portugueses. Senhor Deputado, informe-se!
Embuste, Senhor Deputado, foi a sua intervenção. Infante D. Henrique incentivou a navegação, incentivou a conquista pelo mundo e provou que os portugueses podem ir mais longe.
Mais Senhor Deputado, tivéssemos nós hoje, e tivesse o seu partido hoje a ambição e a coragem para partir para mais longe, e nós, Portugal, estaríamos bem melhor do que estamos hoje. Porque se todos tivéssemos ambição, podemos não chegar ao tecto com que sonhamos, mas pelo menos saíamos do lugar onde estávamos, e para a frente.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Muito obrigado. Vamos agora ouvir a defesa que o Grupo Azul vai fazer do Prof. Cavaco Silva.
O Grupo Azul vai-se fazer representar pelo Bruno Moura Ferreira, vai ser atacado pelo André Pardal do grupo amarelo, e responderá com o Bruno Moura Ferreira, novamente.
Bruno Moura Ferreira
Boa tarde a todos, estou aqui em representação do grupo azul para defender o Maior Português de todos os tempos, Aníbal Cavaco Silva.
A nossa decisão pesou essencialmente por uma pessoa, que embora ainda viva, e por bastante tempo, esperamos, contribuiu de uma forma bastante significativa para o nosso quotidiano.
A nós diz-nos ou toca-nos mais a intervenção, decisões evocadas por este senhor, devido ao facto de sofrermos na pele todas essas medidas.
Aníbal Cavaco Silva é uma pessoa de referência que começou desde cedo a notabilizar-se. Começou a notabilizar-se, desde o momento em que, frequentou o ensino, posteriormente leccionou, passou pelo Banco de Portugal, Ministro das Finanças, Primeiro-Ministro e actualmente Presidente da República.
Enquanto estudante, tirou a sua licenciatura em 1974, no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeira, seguiu-se o Doutoramento em Economia na Universidade de York, Inglaterra, destacou-se e foi chamado para ser professor auxiliar no ISEF, 1974. Professor na Católica em 1975, e posteriormente professor extraordinário na Universidade Nova de Lisboa.
Mais uma vez, destacou-se na área económica, essencialmente, e foi convidado para o Departamento de Estatística e Estudos Económicos do Banco de Portugal, rapidamente transformou-o no melhor centro de análise económica do país. Este facto, fez com que Sá Carneiro o puxasse para a vida política de uma forma mais activa e convidou-o para a pasta das finanças, em 1979.
Nesta pasta houve dois factores que o notabilizaram, nomeadamente baixou a inflação, que na altura estava em 35%, para 3,4%, promoveu o crescimento económico numa altura difícil para o país.
Posteriormente, e já presidente eleito do PSD, tornou-se Primeiro-ministro, conseguiu duas maiorias absolutas, um facto inédito, conseguindo na altura durante o maior período até à História, criar uma estabilidade política. Essa estabilidade permitiu-lhe fazer uma série de reformas estruturais que promoveram a democratização e a liberalização da sociedade e da economia portuguesa. Entre outras medidas, ficaram para a história a reforma fiscal, a reforma no sector da educação, na área da saúde, a liberalização da comunicação social, foi aí que surgiu a primeira televisão independente na Lusofonia, criou a CPLP e deu bastante impulso para a democratização dos países africanos.
Actualmente, enquanto Presidente da República, pratica uma magistratura que favorece consensos alargados em torno dos grandes objectivos nacionais. Conseguiu portanto uma votação bastante expressa. Queria acabar esta apresentação dizendo que Cavaco Silva, acredita no trabalho e na perseverança, porque quase nada acontece por acaso.
O trabalho foi uma das palavras, ou é um dos adjectivos que mais o identificam, devido ao facto de ele ter vindo, ou ser oriundo de uma família bastante humilde, e sempre acreditou que com trabalho, conseguiria alcançar os seus objectivos. Tem-se revelado que de facto, é com trabalho que ele tem superado, e graças a tudo isso, é que nós o elegemos como Presidente da República.
Obrigado.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - André Pardal tem a palavra.
André Pardal
Boa tarde a todos. Apesar do grande apreço que todos temos pelo grande português que ainda é Cavaco Silva, pelos feitos realizados em prol do país, não podemos de todo concordar com a sua escolha para Melhor Português de Sempre.
Trata-se em primeiro lugar, de uma personalidade que se encontra no início dum mandato de 5 ou até 10 anos presidencial, que ainda pode cometer muitos erros ou virtudes.
Enquanto Primeiro-Ministro caracterizou-se por uma falta de diálogo constante, a que alguns até chamavam arrogância. Por uma política do betão em detrimento da social. Por um desperdício gritante de fundos europeus numa época das chamadas vacas gordas, que ainda agora estamos a pagar a factura, como ontem aqui disse um douto sabedor da economia.
Depois ao liberalizar a comunicação social como o grupo azul apresenta, cometeu erros gritantes ao entregar a TVI à Igreja Católica, e a SIC a um grupo de pressão liderado pelo Prof. Doutor Pinto Balsemão.
Quanto à Lusofonia, se é uma virtude criar a CPLP, não vou escamotear isso, porque não conseguiu acabar com a guerra civil em Angola que só acaba em 2000 num outro governo? Ou resolver a situação de Timor Leste, que também é solucionada em 99 por outro governo?
Mais ainda, acrescento, que foi o criador do Pai como chamava o seu ex-ministro recentemente, o sr. Ministro das Finanças Miguel Cadilhe, o pai do monstro da actual função pública.
E já agora por falar em estabilidade política, estabilidade política teve o Prof. António Oliveira Salazar, com 48 anos no poder, isto não é estabilidade política.
Como poderemos considerar Cavaco Silva, o maior português de sempre, uma personagem como eu ainda pouco, termino, tão controversa e subjectiva, Cavaco Silva, ainda não faz parte da História, Cavaco Silva é uma personagem jornalística.
Obrigado.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Bruno, 2 minutos para responder.
Bruno Moura Ferreira
De facto não faz parte da História, está a construir a História. Não é pelo facto de continuar no activo que não podemos reconhecer todos os seus méritos. Foi falado no gasto dos fundos, mas antes de ele ter gasto os fundos, não esqueçamos que se não fosse ele, não estaríamos na União Europeia, nem sequer teríamos os fundos.
A forma como referistes esses gastos parece que não vieste por auto-estradas para aqui, parece que não ficaram e não perduraram toda uma série de infra-estruturas que foram feitas na altura.
Algumas das quais ou bastantes das quais, utilizadas ainda hoje com bastante afluência. Quando falas na falta de dialogo, sempre que alguém pretende introduzir medidas, nem que seja para a melhoria da condição de vida das pessoas e quebrar alguns erros que se tem feito até então, acaba-se sempre por sofrer alguma controvérsia, porque não se pode agradar a gregos e troianos.
Ele pautou por agradar, essencialmente, a maioria dos portugueses.
No que diz respeito à Lusofonia, eu penso que não restam dúvidas da importância que ele teve, e na forma como ele tratou sempre os países de língua portuguesa.
Acho que é uma pessoa que pelo seu trabalho desenvolvido, aquele que desenvolveu até à data e aquele que toda a gente confirma, e espero que toda a gente confie na pessoa, que não nos irá desiludir.
Penso que é tudo.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Muito obrigado, vamos agora para o Grupo Bege, Paula Nunes da Silva a apresentar a defesa do Infante D. Henrique. Para atacar pelo Grupo cinzento, Duarte Loureiro, e do Grupo Bege responderá a Joana Ribeiro.
Vamos iniciar a apresentação do Grupo Bege que vai defender também o Infante D. Henrique, e tem a palavra a Paula Nunes da Silva.
Paula Nunes da Silva
Até agora tem sido uma excelente tarde, e espero que continue a ser, e portanto muito boa tarde para todos.
No passado dia 27 de Agosto do corrente ano, o Grupo Bege, que eu represento, teve conhecimento de um concurso apresentado por esta direcção da Universidade de Verão 2007. Nesta reunião de coordenadores tivemos acesso ao caderno de encargos, ao anúncio e ao programa do concurso. Da análise desses documentos tivemos as informações do objectivo, dos prazos e dos critérios que se deveria ter em conta neste concurso.
Sabíamos que a concorrência ia ser feroz, de todos os outros grupos e das cores que eles representam, até do grupo Arco-Iris, não sei se vocês conhecem o grupo Arco-Iris do MUV(?), portanto, nos meandros e nos bastidores desta Universidade de Verão. Portanto, pensaríamos que íamos ter a concorrência deles.
Portanto, nós estamos neste palco, neste púlpito para expor e partilhar convosco, a nossa opção e vos mostrar o resultado de horas a fio de pesquisa e de ponderação.
Dos diferentes candidatos a este concurso, chegou até nós um curriculum vitae impressionante, que se destacou dos demais candidatos a este cargo. O Curriculum Vitae do Infante D. Henrique.
A grande herança que ele nos deixou foi esta globalização. O Infante D. Henrique era um visionário, e portanto, podemos perfeitamente adaptar o curriculum vitae ao modelo europeu. Portanto, é esta coerência com a obra dele, é o facto de ele ter dado o primeiro passo para a aldeia global.
Vamos só ver ligeiramente o curriculum do Infante D. Henrique. Portanto, Henrique, Infante D. Henrique, conhecido por O Navegador ou Infante de Sagres. Terceiro filho do Rei D. João I e D. Filipa de Lencastre. Sepultado no Mosteiro da Batalha. Uma das sete maravilhas de Portugal e que deixamos aqui já o mote para a Universidade de Verão de 2008, como tema para os grupos defenderem, portanto, defenderem uma das melhores maravilhas de Portugal.
Não vamos percorrer o resto do curriculum porque vocês conhecem muito bem o Curriculum do Infante D. Henrique. Já foi aqui enumerado por outros grupos, e a sua obra é tão visível, e é essa a razão pela qual é o Melhor Português de sempre, nós não vamos escamotear todos os itens deste curriculum, vamos só referenciar as coisas que achamos mais importantes.
Tem a sua experiência profissional, as principais actividades e responsabilidades. Aptidões de competência e organizacionais. Todos os feitos dos seus discípulos. A parte científica e técnica e depois outro tipo de competências, outro tipo de acção social que ele desenvolveu no seu tempo.
Interesses: astronomia e ciência náutica. E qualidades, entre muitas outras: culto empreendedor e prospectivo.
Como tem vindo a ser tradição nesta Universidade de Verão, vamos falar do retrato falado do Infante D. Henrique.
O seu hobby era a astronomia; animal, cherne, comida, devido às influências de Cabo Verde, era cachupa, do qual ele incentivou à sua descoberta; a música, “O conquistador” dos Da Vinci, aquele “já fui ao Brasil…”; o livro, os Lusíadas; filme: O Pirata das Caraíbas; qualidade, ser o Melhor Português de sempre, e gostaria de ser astronauta.
Para terminar a intervenção, o maior português de sempre teria de ser um português ou um português que elevasse bem alto o espírito da nossa pátria, e para os feitos da sua época, tenha conseguido transpor essa influência ao longo de séculos e séculos, a sua obra é eterna.
Devido à conjuntura deste concurso, não há necessidade de nos alongarmos na apresentação. Portanto, ele foi pioneiro, visionário, corajoso, militar, político, explorador, gestor, e a sua obra foi uma inspiração para todos nós.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Duarte Loureiro tem a palavra, 2 minutos.
Duarte Loureiro
Boa tarde a todos. Ora bem, como já alguém em tempos referindo-se ao melhor guarda-redes português de todos os tempos, o Vitor Baía, eu diria que estamos perante um excelente produto de marketing. (Risos) No fundo um pirata disfarçado de descobridor. Ao reparar nesta folhinha que um grupo amavelmente nos cedeu, depara-se-nos desde logo uma figura sinistra, com uma indumentária bastante esquisita, eu diria até excêntrica para a época. O Infante, na nossa perspectiva foi alguém demasiado ambicioso, desleal, mercenário, um negreiro sem escrúpulos, um corsário, fanático, religioso, misterioso, obscuro, e disposto a tudo e todo para manter os seus privilégios e posses.
No fundo, eu diria que o Infante ajudou a promover o crescimento territorial do país. Sacrificando para isso, muitos portugueses. Um crescimento no qual ele revelou um total desrespeito pelas culturas e etnias, pelas diferentes culturas e etnias. Esse período também iniciou com o Infante D. Henrique um dos períodos mais negros da História de Portugal: o tráfico de escravos. Escravos que no fundo eram pessoas que eram utilizadas como coisas, meios, instrumentos de trabalho.
É isto que nós entendemos e que nós pensamos do Infante. No fundo, apetece-me talvez dizer que se o Infante fosse vivo hoje, seria talvez presidente da Câmara Municipal de Braga.
(Risos e Aplausos)
Dep. Carlos Coelho: - Duarte muito obrigado.
Duarte Loureiro: - Posso só explicar porquê?
Dep. Carlos Coelho: - Não Duarte, obrigadíssimo. Todos percebemos.
Tem a palavra a Joana.
Joana Ribeiro
Pois bem, cabe-nos a nós, ao Grupo Bege defender o Infante D. Henrique.
Nós não estamos a defender um Homem, nós estamos a defender uma ideia de pelo menos algo que para nos é importante para Portugal, ainda ontem nos disseram: é preciso inovar. E foi o tal brilhante economista que nos veio cá dizer isso. E o Infante D. Henrique com a sua visão inovou, e fez com que Portugal, ainda hoje, consiga recolher alguma coisa dessa inovação.
O Infante, acima de tudo, nós podemos dizer que foi visionário, foi moderno, foi um matemático, fez as plantas, fez o diabo a quatro, é um facto. Mas o que o Infante fez acima de tudo, foi nós querermos, aquele nosso opositor esteve a falar do melhor guarda-redes, não é bom só ser conhecido porque de vez em quando corremos mais que alguém, porque de vez em quando saltamos mais longe que alguém ou marcamos mais golos, é importante sermos conhecidos porque fizemos alguma coisa, descobrimos, demos sentido a alguma coisa.
O Infante deu sentido a quê? Deu sentido a uma ideia de que o Mundo é só um, e abriu caminho para aquilo a que nos hoje chamamos a aldeia global.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Muito obrigado. E temos a última apresentação sobre o Infante D. Henrique, feita pelo Grupo Castanho. O Grupo Castanho vai defender o Infante D. Henrique com o João Louzeiro, vai ser atacado pelo Grupo Azul através do Luís Pereira Pinto, e responderá novamente com o João Louzeiro.
Temos aqui um intervalo técnico de alguns segundos. Eu aproveito para recordar que vocês têm de entregar agora, isto é, até ao final da sessão, os textos escritos na defesa dos personagens que elegeram como maior português de todos os tempos. Recorda-se que esses textos têm de ter no máximo 1.500 caracteres sem espaços, e que serão publicados no JUV nos próximos dias, juntamente com os comentários de um publicitário português. Quem puder dar os textos em formato digital muito bem, quem não tiver em formato digital nós passamos a formato digital sem qualquer problema, mas esses textos têm que ser entregues até ao final desta sessão.
Muito bem, vamos então ouvir a apresentação do Grupo Castanho, João Louzeiro.
João Louzeiro
Muito boa tarde a todos. Portanto, nós estamos aqui para defender o Infante D. Henrique, “O Navegador”, e começamos por falar de Portugal. Portugal no século XVI dispunha de um vasto império que se estendia desde o seu próprio território continental à presença em várias ilhas atlânticas, o norte de África, centro e também sul, o Brasil, Índia, e ainda mais a oriente, até Timor, e próximo da China e Japão.
Portugal era nesta altura uma grande potência europeia, mercantil, e uma grande potência também militar.
Antes, no século XIV, Portugal no seu final de século sai de uma crise de sucessão e guerras com a vizinha Castela, após esta importante afirmação nacional, surge o Infante D. Henrique, quinto filho, segundo as nossas fontes, do rei D. João I, Mestre de Avis.
A atitude e dedicação para com o reino foram enormes. Nobre, da família real, longe da linha de sucessão, não se acomodou, pela sua bravura e atitude de entrega ao bem da nação, aos 21 anos, combateu em Ceuta e foi armado Cavaleiro.
Depois de regresso a Portugal, dedicou-se aos estudos e tornou-se um brilhante matemático com especial atenção pela navegação, criou escolas onde se pudessem desenvolver estas artes, adoptou o astrolábio à navegação e criou cartas planas.
A sua humildade e perseverança levam-no a reunir-se com os melhores mestres nacionais e europeus, patrocinou várias empresas de reconhecimento marítimo, de acordo com as preciosas informações que tinha obtido aquando da tomada de Ceuta, dedicou-se empenhadamente na descoberta de África, passando as suas embarcações além do Cabo Bojador, chegando até à zona de Mina.
Estavam lançados os dados que viriam a dar a Portugal a grandiosidade dos séculos vindouros. Onde Portugal pôde dispôr de grandes outros navegadores como Vasco da Gama, Pedro Alvares Cabral; grandes matemáticos como Pedro Nunes; ainda poetas, como Luís Vaz de Camões; e tantos outros portugueses que engrandeceram a Nação. Atingindo Portugal a vanguarda do desenvolvimento mundial. Sem dúvida foi determinante a atitude do Infante que tanto contribuiu para que tal acontecesse, ele, que podia confortavelmente ter-se acomodado aos luxos e privilégios da sua nobreza, mas uma maior nobreza interior falou em si. Levou-o a dedicar-se a Portugal e com a sua visão sobre o futuro da Nação, deu novos horizontes a Portugal e ao Mundo.
Grão-mestre da Ordem de Cristo, Cavaleiro da Ordem Jarreteira de Inglaterra, e governador perpétuo do Algarve. Máxima de sua vida, inspirou a muitos outros depois dele, e devem ainda inspirar-nos a nós também: o talento de bem fazer.
Ele foi a mudança que quis ver em Portugal e no mundo, também nós somos chamados a ser, Portugal somos nós.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Muito obrigado. E agora para atacar, tem a palavra o Luís Pereira Pinto.
Luis Pereira Pinto
Muito boa tarde a todos. Queria fazer um cumprimento especial aos colegas do grupo castanho.
Começo a minha intervenção por dizer que o Grupo Azul, não quero pôr em causa toda a obra, a importância e o contributo do Infante D. Henrique para a nossa História, para o nosso desenvolvimento, e para a nossa afirmação como pátria.
Mas, será que ele é de facto um grande português? Vejamos: o Infante nos seus devaneios antigos, usou recursos humanos, materiais e financeiros para desenvolver as suas convicções ideológicas contra os islâmicos, principalmente na África do Norte, onde ele queria cortar o cordão islâmico aí existente, porque ele não achava próprio que os islâmicos vivessem em terras próximas das terras lusas. Assim, vai abaixo a convicção de que o Infante D. Henrique foi o primórdio dos grandes descobrimentos. Afinal as suas convicções eram outras.
Aliás, a sua fixação pelo povo islâmico era tão grande, que levou a que sofresse uma das mais humilhantes derrotas em batalha para Portugal, em Tânger, onde perdeu inclusive o seu irmão, D. Fernando, e o que é que ele mostrou aqui? Mostrou que não preparou esta batalha, que não conhecia o terreno, nem o povo que iria enfrentar. Falta de táctica, envergonhou a nossa pátria, empobreceu a nossa nação.
Portanto, o Grupo Azul, como democrata, não pode aceitar que o Infante D. Henrique seja eleito o grande português, porque ele oprimiu povos, que livremente escolhiam o seu clero; e como estadistas não podemos também tolerar que se tivesse gasto tantos recursos humanos e financeiros, para no fim não termos nada com as suas descobertas.
Muito obrigado a todos.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - João para responder, tem a palavra.
João Louzeiro
Gostaria então de contrapor que foi muito mais aquilo que ele deu a Portugal do que Portugal perdeu, realmente por essas atitudes que acabaram por ser erradas. Sem dúvida que foi um erro a empresa que empreendeu em Tânger, mas por outro lado, ele desenvolveu em grande os descobrimentos que viriam a se dar mais tarde. Ele podia muito bem ter ficado acomodado à sua vida de nobre, mas não o pretendeu fazer. Desenvolveu escolas, desenvolveu Portugal, para um rumo que nunca havia sido pensado, e naquela altura, se fossemos pensar havia uma grande pressão da igreja e há que também ter em conta que ele era também Grão-Mestre da Ordem de Cristo. Logo, o objectivo seria a luta contra os mouros, porque os mouros também lutavam contra Portugal. Aí seria colocar em causa toda a História de Portugal e toda a fundação de Portugal. Portugal formou-se combatendo os mouros.
Seria de esperar que ele fosse continuar esse combate, mas ele também após essa derrota soube ver que não seria por aí o caminho. E seria contornar e ter então o futuro como criou e projectou de ir buscar as rotas marítimas para os outros mercados mais prósperos como a Índia, e sem dúvida ter no mar a grande força de Portugal nos transportes, e também dominando a nível mercantil, e lançando Portugal para a grandiosidade que no século após a sua morte e seguintes acabou por ter.
E sem dúvida, um grande português como nenhum outro, na História de Portugal, conseguiu lançar Portugal para tão grandes feitos.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Muito obrigado. Vamos agora passar para a apresentação do Grupo Laranja que vai defender o português desconhecido. E estão inscritos para fazer a apresentação, o Pedro Pimpão, a Carolina Ferreira, Ana Rita Ramoa, Elsa Picão, João Torres e o Manuel Monterroso, e a Teresa Graça Moura e o Eduardo Protásio.
Depois irá atacar esta escolha, a Joana Aranha, do Grupo Rosa, e responderá ao ataque da Joana, o Duarte Nuno Serrano.
Vamos iniciar então, a apresentação do Grupo Laranja durante 4 minutos.
Pedro Pimpão
Muito boa tarde, o grupo laranja acolheu o repto lançado pela direcção da Universidade de Verão, com enorme prazer e com enorme dedicação, achamos que é importante também nós discutamos e abordemos aqueles que foram os nossos antepassados e aqueles que são as nossas referências.
Assim sendo, para decidir qual é que em nosso entender era o melhor português de sempre, pensamos em várias personalidades e por isso o grupo laranja, decidiu que o melhor português de todos os tempos, é:
Participante - Egas Moniz, por ser um dos nomes da medicina mundial, tendo sido um notável neurocirurgião e o único português a ser galardoado com o prémio Nobel da Medicina, pela descoberta de um método inovador chamado angeografia cerebral, tendo deste modo aberto o caminho para os novos avanços no domínio da cirurgia cerebral.
Participante - O Ti Alfredo, Bombeiro voluntário, que salvou em inúmeras vidas em 30 anos de serviço, e à semelhança dos dois de hoje, assistiu muitos nascimentos a caminho do Hospital.
Participante - Dr. Aníbal Cavaco Silva, por se tratar do Primeiro-Ministro associado ao período de maior estabilidade política e económica dos últimos tempos, pela sua visão inovadora e vontade progresso, ao pôr em prática inúmeras reformas, e por ter conseguido fazê-lo sempre de forma integra e com o objectivo de impulsionar este nosso país que se tornou um exemplo para todos nós, em especial para todos os participantes da Universidade de Verão, que almejam enveredar pela carreira política.
Participante - A D. Isilda. A costureira da minha aldeia, lembro-me perfeitamente de pequenina de ela ter salvo a vida a inúmeras crianças abandonadas que passavam as noites de Inverno ao relento. Foi ela que costurou e ofereceu as roupas que lhes salvaram a vida.
Participante - D. Dinis. Pela sua habilidade em negociar a resolução de problemas de Estado, nomeadamente ao resolver o conflito com a Igreja Católica e ao assinar com Castela o Tratado de Paz de Alcanices. Por se tratar de um homem que reconheceu a importância da formação académica, ao fundar a Universidade de Coimbra, e por ter contribuído para a literatura portuguesa com inúmeras Cantigas de Amigo, feito esse que lhe valeu o cognome de Rei Poeta.
Participante - O tio Joaquim, Padeiro. Que cozia o pão que alimentava os pobres da sua terra.
Participante - Fernando Pessoa. Pela sua eloquência e facilidade em trabalhar com a palavra escrita. Pelo facto de ter conseguido a proeza de criar tantas vezes numa só pessoa. Em suma, por ser um grande poeta cuja personalidade complexa e enigmática ainda hoje nos intriga e nos fascina.
Participante - Com tantas opções, depressa chegámos à conclusão de que não poderíamos escolher uma personalidade, decidimos por isso adoptar o conceito do soldado desconhecido, convenção criada pelo exército e que imortaliza todos aqueles que deram a sua vida em prol da pátria. E por isso, escolhemos esta figura do português desconhecido. O Português desconhecido que simboliza todos aqueles que trabalharam, todos aqueles que deram o seu máximo em prol do nosso país. E é por isso que hoje aqui nós decidimos homenagear todos os que, com o seu contributo pessoal, com o seu contributo na sociedade em que estão inseridos deram o seu melhor para Portugal.
A nação Portuguesa fez-se ao longo dos séculos pelo árduo labor das nossas gentes, das quais os pequenos gestos permaneceram latentes nos anais da história. Preferimos enaltecer a memória discreta de todos estes grandes homens e estas grandes mulheres, e porque um povo é o berço de grandes rostos, rostos de suor, de alegria, rostos de lágrimas, escolhemos o português desconhecido ao qual, à semelhança de Camões prestamos aqui a nossa homenagem:
“Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano.”
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Muito bem, tem a palavra a Joana, 2 minutos.
Joana Aranha
Caros colegas, após a vossa apresentação, permitam-me que vos diga: onde está o melhor português de sempre? Sou eu, é o sr. Alfredo, vocês não conseguiram nomear um. Aonde está?
Em todos os que existiram e existe, não há um, nós temos 900 anos de História e milhões de portugueses espalhados pelo mundo e em Portugal. O vosso grupo escolheu o mais fácil, não conseguiu nomear um. Mas que ideologia comunista é esta? Aqui, somos pelo mérito e pelo reconhecimento. A tarefa era complexa, mas nesta aula desculpem que vos diga, mas vocês usaram cabulas.
Para finalizar, deixo-vos um repto, e se tivessem que escolher o pior português de sempre, qual seria? O Cavaco Silva, eu, vocês? Qual deles seria?
Ó sr. futuro ministro plenipotenciário, até o Zé Povinho tem nome.
Muito obrigado.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Para responder, 2 minutos, Duarte Nuno Serrano.
Duarte Nuno Serrano
Sra. Deputada, deixe-me felicitá-la a si e ao seu grupo parlamentar por esta brilhante intervenção, que foi mesmo brilhante. Caracterizada pelo cinismo e pela falsidade.
Cinismo, por um simples motivo, aqui ninguém plagiou o que quer que fosse. Nós aqui cantamos o peito ilustre lusitano de Camões, por um simples motivo, cara senhora, porque, o mesmo polícia que se pode ter interpelado numa bala que certamente seria fatal ao seu filho, não é aos seus olhos um herói?
Que o bombeiro que limpa as matas, que Vossa Senhoria não limpa, não é um herói?
Que os portugueses, que os portugueses que se impuseram às grilhetas dos castelhanos, aqueles que enterraram os mortos e ajudaram os vivos no tremor de terra, não é o melhor português de todos os tempos? Então quem é?
Egas Moniz, Camões! Quem é o melhor português de todos os tempos? Todos nós! Todos nós podemos ser o melhor português de todos os tempos, basta que o queiramos ser! Não há um melhor português de todos os tempos! O maior português de todos os tempos, não é Deus Atlas, que carrega Portugal às costas! Há um antes e um depois! Não existe um ser infinito, um ser que possa carregar em si todo o legado, todo o fardo de dizer: eu sou o maior!
Vós arrogais para vós pretensão, e arrogância. Um pouco de humildade não vos haveria de fazer falta, e quanto a eu ser ministro plenipotenciário, Cara Deputada, devo dizer-lhe, que é a honrar o meu país, coisa que Vossa Senhoria não fez, deixando às rédeas dos castelhanos, e às rédeas de todos aqueles que não querem o canto ilustre lusitano, e aquilo que já os romanos diziam: que não há povo mais rebelde e mais malvado que os portugueses.
Pois foi assim que nos fizemos e é assim que iremos morrer!
Bem haja!
Viva o Camarada Cunhal! A luta continua!
(Risos e Aplausos)
Dep. Carlos Coelho
O Grupo Cinzento vai defender Fernando Pessoa como Melhor Português de todos os tempos, através de Alexandre Leal, vai ser atacado por Jorge Miranda do Grupo Verde, a que responderá Andreia Barreira.
Em nome do Grupo Cinzento, tem a palavra o Alexandre Leal.
Alexandre Leal
Nós não vos vamos maçar com a biografia desta personalidade fenomenal, pois, tal como ele disse um dia: “Se depois de eu morrer quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples, tem só duas datas, a da minha nascença e a da minha morte, entre uma e outra todos os dias são meus.”
Sem dúvida alguma que Fernando Pessoa era um homem vanguardista, genial, brilhante, um homem simples, do povo. Autodidacta, no cumprimento da sua formação, orgulhoso da sua pátria, dos feitos do seu país, capaz de seguir e de ir sempre mais além, engrandecendo o passado épico dos portugueses. Num período que considerava moribundo, sedento de líderes, de perspectivas, de referências, nunca o deixou ficar para trás. Por outro lado, sempre exacerbou a capacidade empreendedora e criativa dos portugueses capazes do tão ambicionado quinto império.
Podemos mesmo dizer, que esse quinto império para ele foi sempre uma ambição a ser mais e melhor. Um império intelectual, criado nas raízes clássicas mas projectado no futuro.
Um notável renascer das cinzas. Enaltecendo sempre a grandeza de um povo. Foi verdadeiramente incrível a forma como Fernando Pessoa projectou todo o seu génio na literatura e no brilhantismo das suas palavras, de entre as maiores referências literárias, com as quais Fernando Pessoa nos brindou, podemos destacar “A mensagem”, pela forma como ela projectou Portugal e elevou Portugal nos quatro cantos do mundo.
Podemos mesmo dizer, e nunca nos devemos esquecer e ter consciência que os grandes homens revelam-se nos momentos crise, e Fernando Pessoa corajosamente e com mestria, enalteceu o que de melhor revela a nossa gloriosa história, criticou, é certo, na altura o presente, mas sobretudo, o mais importante de tudo, projectou e idealizou o futuro, do encoberto e um futuro promissor.
Realmente o passado ilumina o presente e perspectiva o futuro, falta pois hoje, também cumprir Portugal, por isso, caros amigos, se queremos um homem, um português, uma referência que seja impar, e que seja para todos nós uma referência verdadeira, aí está: Fernando Pessoa.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Muito obrigado. Para formular o seu ataque tem a palavra o Jorge Miranda.
Jorge Miranda
Ora muito boa tarde. Bem, eu confesso que no princípio não sabia se vocês queriam dizer que era o Fernando Pessoa ou a Dulce Pontes, mas ..
Bem, confesso e o meu grupo também, que Fernando Pessoa foi uma personagem notável e um poeta notável. Notável, mas limitada.
Limitada porque ele apenas se viu pela poesia, pela literatura, enquanto que nós, como portugueses, queremos um português multifacetado, ou seja, em várias áreas.
E que seja dado como um exemplo para todos nós. E Fernando Pessoa não era um exemplo para todos. Porquê? Porque Fernando pessoa tinha muitos problemas, era doente, era alcoólico, e tinha alguns problemas com droga.
Era um homem solitário com poucos amigos e não era nenhuma referência para nós. Até porque Fernando Pessoa fez-se só para Portugal e não para o Mundo.
E uma referência, um grande português, não convém ser só para Portugal, convém mostrar-se no país, mas convém mostrar-se também para o mundo, e Fernando Pessoa não o fez.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Muito obrigado. Para responder tem a palavra a Andreia.
Andreia Barreira
Obrigada. Boa tarde. Bem Dulce Pontes é uma das melhores cantoras portuguesas. E podia sem dúvida ser a melhor portuguesa de sempre.
Mas, Fernando Pessoa conseguiu ser melhor. Fernando Pessoa não era limitado, Fernando Pessoa era um homem muito inteligente, e quem dera a muita gente ter a inteligência de Fernando Pessoa.
Fernando Pessoa não era só literatura, Fernando Pessoa era um homem com H grande.
E de facto era doente. Só que, lamento, ontem não estiveste atento, porque não se deve chamar doente.
Jorge Miranda: - Há que chamar as coisas pelos nomes.
Andreia Barreira: - Posso continuar ou queres continuar tu?
A esquizofrenia é uma doença, mas estudos recentes revelam que a origem dessa doença, tal como tu a queres tratar, tem a sua origem numa vulnerabilidade pessoal, e isso tem a ver com os seus problemas, de facto. E ele tinha muitos problemas mas conseguiu superá-los, conseguiu ser um grande homem, conseguiu escrever uma grande obra.
Fraco é aquele que não projecta uma nação ao mundo. Fernando Pessoa não ficou só por Portugal, Fernando Pessoa morou em África, em Inglaterra e por aí.
Fernando Pessoa tinha um sonho, que era levar Portugal ao Mundo. Fernando Pessoa não queria ficar só por Portugal, Fernando Pessoa acreditava nos portugueses e em Portugal, porque Fernando Pessoa sonhava, e sonhava que Portugal fosse mais além.
Isso não é ser limitado, isso é ter inteligência e é gostar daquilo que ele é: ser português.
E é por isso ele deve ser o melhor português, porque ele tinha orgulho na Nação e queria ser mais e foi mais. E quem dera a muita gente ser Fernando Pessoa.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Muito obrigado. Vamos para a última apresentação. Será feita pelo Grupo Roxo que defende como Maior Português de todos os tempos, D. Dinis. Será o Bruno Madeira a fazer essa defesa, será atacado pela Maria Pereira de Almeida do Grupo Encarnado, e responderá o Grupo Roxo através do João Lemos Esteves.
Nós gostaríamos de colocar na nossa intranet todos os vossos power points, portanto, quem não nos passou cópia, depois agradecia que através do vosso conselheiro fornecessem cópia da vossa apresentação.
Assim como já estão disponíveis os power points que já foram apresentados, e portanto quem quiser ficar com cópia pode tirar através da intranet para os vossos computadores ou as vossas pen drives, conforme a base em que tenham memória digital convosco.
Vamos então ouvir o Grupo Roxo, tem a palavra o Bruno.
Bruno Madeira
Boa tarde a todos. O meu nome é Bruno Madeira, estou aqui em representação do grupo Roxo, e vim-vos falar daquele que nós acreditamos ser o Melhor e o Maior Português de sempre.
É o mais imortal dentro dos mortais, estamos a falar de D. Dinis.
D. Dinis era um visionário, mas um visionário esclarecido. Visionário porque foi um homem à frente do seu tempo, pensou e decidiu à frente do seu tempo.
Esclarecido porque concretizou o seu trabalho.
Não sei se era a sua visão. Foi empreendedor, assumiu medidas que nós vamos tratar mais à frente. Semeou a grandeza de Portugal que outros colheram. Que já houve aí algumas apresentações que fizeram referência a esses.
Foi um homem dos sete ofícios. Trovador e poeta, diplomata, administrador, legislador, empreendedor, em suma um líder.
Uma das vertentes que assumiu a sua acção enquanto rei de Portugal, foi na economia. Estimulou a produtividade agrícola, dotou o país de novas infraestruturas, fomentou as exportações, promoveu a criação de feiras para escoar essas produções.
Alguém sabe o que é isto? Pinhal de Leiria.
Que serviu para quê? Aí para os senhores dos grupos do Infante D. Henrique. Não sabem? O Pinhal de Leiria foi importantíssimo para os descobrimentos, permitiu que as embarcações fossem construídas para eles. Aumentou a produtividade agrícola, para servir as tais feiras que vos falei há bocado.
Na educação, uma das suas paixões, fundou o Estudo Geral Português, donde se insere a Fundação da Universidade de Lisboa, sendo transferida para Coimbra, onde se tornou um dos maiores centros académicos.
Culturalmente. Foi rei poeta, estabeleceu o português como a língua oficial dos documentos do reino, promoveu as artes trovadorescas além fronteiras, procurou disseminar a cultura portuguesa fazendo do seu reino o grande foco cultural da Península Ibérica.
Na Justiça. Codificou a legislação do reino, ordenou e entrou em acordo para as Ordenações Afonsinas que autorizaram a formação de leis e, pela primeira vez, no reino e no reino de toda a Europa houve um quadro de leis que serviu para todos os outros, que serviu de influência e que se expandiu por toda a Europa. Foi pioneiro nesta iniciativa legislativa.
Em suma: D. Dinis fez o que quis. E fê-lo melhor que os melhores. Um Homem de Estado, um homem de letras, um homem de visão. Enfim, o melhor português de sempre.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - Maria Pereira de Almeida, 2 minutos.
Maria Pereira de Almeida
Esta apresentação ridiculamente exagerada de D. Dinis só é possível porque já se passaram muitos séculos, porque os portugueses têm uma memória curta e porque os meninos não fizeram o trabalho de casa.
Se se lembrassem, saberiam que D. Dinis proibia a mulher de ajudar os pobres e oprimidos. Porquê? Porque tinha um síndrome de aristocracia completamente injustificado, porque nutria nas profundezas do seu espírito, um desprezo enorme pelo seu povo.
Além disso, em 1295 ele desiste, desiste da guerra com Castela. Não perde, nem ganha, desiste. Ou seja, é um cobarde e um medroso. (Risos)
Além disto, o D. Dinis, era de facto um visionário esclarecido mas era das meninas de Odivelas, (Risos) onde ia dar umas voltas, e deixava a rainha D. Isabel em casa. Além disso, era um péssimo pai, entrou em guerra com o seu filho, nem nisso o conseguiu educar. A rainha, Santa Isabel era uma Santa, mas não era pelo milagre das rosas que lhe é atribuído. Era uma santa porque teve de aturar um possessivo e machista que a controlava e reprimia, porque teve de aturar o mulherengo, que a deixava em casa a sofrer por ser uma mulher traída, porque teve de aturar um cobarde que desistiu de lutar.
Grupo Roxo, nós estamos aqui num ambiente solidário e tudo o mais, e portanto tenho de avisá-los que vocês fizeram uma má escolha. Fizeram uma má escolha, e que a vossa escolha foi um erro, e os erros são para serem denotados e são para ser corrigidos.
Portanto, o máximo que vos posso dizer é que a vossa escolha resvala na couraça da nossa indiferença.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho: - João Lemos Esteves para responder.
João Lemos Esteves
Caros companheiros, em primeiro lugar, e começo pelo fim, nós não cometemos nenhum erro, minha cara colega, pelo contrário, nós estamos muito orgulhosos e reiteramos a nossa escolha em D. Dinis. E não fomos nós, não, cara colega, não fomos nós que não fizemos o trabalho de casa, eu acho é que a minha cara colega, por quem tenho a maior admiração e respeito, é que em vez de ler livros de história, em vez.. Tenha calma, tenha calma! Em vez de ler livros de história, esteve a ler revistas cor-de-rosa, sobre D. Dinis. (Risos e protestos)
É, é verdade, é verdade!
Minha cara colega, minha cara colega. Minha cara colega, se acha que povoar o território, se acha que desenvolver a economia, se acha que criar o português, se acha que estabelecer as nossas fronteiras e constituir o Estado mais antigo da Europa, é não gostar de Portugal, então minha cara colega, eu digo-lhe: eu não gosto de Portugal, se isto para si é não gostar de Portugal, eu não quero gostar de Portugal. Mas tem um erro, fez um juízo de valor errado, porque isto mostra um homem com grande sentido de Estado, um homem que quer o melhor para Portugal tal como nós, JSD, tal como nós, Grupo Roxo, em particular.
E, digo-lhe mais, digo-lhe mais. Há pouco um seu colega, um colega do seu grupo, referiu que é preciso não ter medo, é preciso sonhar e fazer. Mesmo que não o façamos, mesmo que não o consigamos.
Ora, D. Dinis quis, D. Dinis idealizou, e D. Dinis permitiu que outros, tal como o Infante D. Henrique fizessem anos mais tarde, isto sim é ter visão de Estado, isto sim é ter visão de futuro.
Termino dizendo o seguinte. É que o Infante D. Henrique fez um império, um império que hoje já não possuímos, um império que hoje Portugal já não dispõe, mas, D. Dinis conseguiu algo mais, D. Dinis conseguiu uma obra que continua no presente e continuará no futuro.
Dep. Carlos Coelho: - Muito obrigado.
João Esteves: - Que é o povo português, que é a nação portuguesa. Viva Portugal, Viva D. Dinis!
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Minhas Senhoras e Meus Senhores, vocês fizeram um exercício e eu quero começar por vos dar os parabéns pela qualidade que imprimiram aos vossos trabalhos.
Fizeram um exercício que tinha várias valências.
Em primeiro lugar, debruçaram-se sobre Portugal e sobre a nossa História, que era também uma das conclusões de universidades anteriores, na avaliação de edições anteriores os vossos colegas disseram que era necessário dar mais atenção à História de Portugal.
Nós achámos que isso não se fazia para um tema, uma aula, e este foi um exercício que permitia de certa forma, fazer esse enfoque.
Em segundo lugar, fizeram um exercício de trabalho de grupo, em que tiveram que distribuir funções, tiveram que descobrir valências, tiveram que ver quem é que era a pessoa mais indicada para fazer as diversas funções na elaboração e na apresentação deste trabalho.
Em terceiro lugar, fizeram pesquisa, e vi que alguns grupos fizeram uma pesquisa notável.
Foram à net provavelmente, e fizeram-no bem e na apresentação viu-se que dominam bem as novas tecnologias, e de uma forma geral usaram de grande criatividade.
Portanto, parabéns pelo esforço que desenvolveram.
Mas permitam-me que tire três conclusões diferentes. Até porque vamos tornar a falar do Melhor Português de todos os tempos neste Universidade de Verão. Este exercício não acaba aqui.
A primeira avaliação de três notas finais é que vocês, com excepção do Grupo Laranja que encontrou uma forma inteligente de se cortar a essa responsabilidade, tiveram que optar. Muitas vezes na política, como na vida, nós temos que tomar decisões, temos que escolher, uma eleição e uma escolha, uma nomeação é uma escolha, e se é difícil escolher entre projectos, escolher entre estratégias, tomar decisões substantivas, muitas vezes vão descobrir que é mais difícil escolher entre pessoas.
Muitas vezes estamos divididos entre candidatos que temos a sensação de que valem a mesma coisa, talvez um dia vocês passem pelo sofrimento que é para nós escolher-vos. Entre todos os candidatos, tentar identificar aqueles que são os melhores e que merecem estar aqui, não é uma escolha que se faça sem sofrimento. Muitas vezes ficamos com a ideia de que, alguém que não conseguimos recuperar, porque há um número limitado de lugares, merecia também estar aqui.
Portanto, fizeram esse exercício, escolheram. Não estive dentro dos grupos, não falei com os vossos Conselheiros, não falei com os vossos Coordenadores, não sei qual foi a angústia que em cada grupo se viveu, admito que nuns casos tenha sido mais fácil, noutros casos tenha sido mais difícil, e que alguns grupos tenham estado confrontados com dois ou três candidatos para o melhor português de sempre e sofreram a necessidade de escolher.
A segunda coisa que vos queria chamar a atenção, é o exercício que vocês fizeram da controvérsia. É que cada moeda tem dois lados. É sempre possível olhar para uma realidade, olhar para uma pessoa dos dois lados, o lado daquilo que ela tem de melhor, ou do lado daquilo que ela tem de pior. E isto é uma constante na vida e na política. É sempre possível dizer mal de alguém, porque nós somos seres humanos, dotados de virtudes e defeitos, e não somos santos. Quer dizer, a generalidade de nós não é. Há alguns que são, mas esses são muito raros e são a excepção.
E, portanto, isso significa que na luta política para atacar, é sempre possível descobrir algo para atacar, sejam os podres da vida, sejam decisões incorrectas, sejam declarações infelizes que alguém fez; mas isso também é verdade relativamente a nós. Ou seja, nós somos vulneráveis, face àquilo que fazemos e face àquilo que dizemos, porque alguém pode ir buscar o que dissemos ou fizemos para nos atacar.
O exercício que vocês fizeram, mesmo de pessoas relativamente incontroversas, viram que era possível descobrir um podrezinho, ou fazer um ataque recordando algo que deixaria embaraçado o destinatário dessa critica se aqui estivesse connosco.
Terceiro e último reparo. Nós na vida, eu pelo acho isso, e há bastantes entre nós que achamos, precisamos de modelos, precisamos de exemplos. Não há nada na pedagogia tão eficaz como o exemplo. E muitas vezes a História é feita de mitos. Em que nós recordamos o melhor da pessoa e esquecemos o pior. O que nos dá uma imagem desfocada face à pessoa, porque estamos apenas a extrair uma parte, mas é aquilo que queremos mostrar às novas gerações, e é aquilo que fica para a História, aquilo que cada um deixou de melhor.
O Prof. Joanaz de Melo falou-nos na pegada ecológica, nós podemos aqui falar na pegada histórica, aquilo que cada um deixa marcado na vida, deixa marcado nas areias do tempo. Esta pegada, nós gostamos que seja a mais bonita, a mais desenhada, sobretudo quando queremos ter exemplos positivos.
Bem, eu acho que é muito importante termos exemplos positivos na vida. Porque se há um exercício que nos notabiliza, tendo a humildade de pensar que há sempre alguém que é melhor do que nós, é tentarmos superar-nos a nós próprios. E sermos cada vez mais próximos daqueles que admiramos e adoptamos como modelo.
E, portanto, se nenhum de vocês tiver um ego tão grande como o universo, seguramente quererá na sua vida referências, modelos, que digam: esta pessoa merece a minha admiração. E se forem capazes de no trilho da vossa vida, de se aproximar desse modelo que abraçaram, acho que estamos no bom caminho.
Muito obrigado, e até logo.
(APLAUSOS)
Dr.Pedro Rodrigues
Eu peço desculpa mas este desafio do Melhor Português de sempre foi um desafio lançado pelo Carlos Coelho, o staff da Universidade de Verão quis também associar-se a este mesmo evento, por considerarmos um momento importante. E como os 10 grupos discutiram arduamente entre si para escolher o melhor português, nós decidimos escolher o melhor J de sempre.
E o melhor J de sempre, no sentido de ser aquele que pela sua acção política deixou obra na JSD, mas sobretudo aquele que durante a sua acção política, e a sua vida política se afirma como um referencial e como um modelo para todos aqueles que querem ser da JSD e querem fazer da sua vida também a política, e querem dar o seu tempo a esta nobre causa que é a política.
E ao contrário do que aconteceu nos vossos grupos, nós não tivemos uma grande discussão, entendemo-nos com muita facilidade. Não tivemos sequer dois candidatos, nem três, tivemos só um candidato, e escolhemos por unanimidade o nosso Reitor, o Carlos Coelho.
(APLAUSOS)
Paulo Colaço
Bom trago alguns avisos e algumas tarefas que têm que dar atenção, se o quiserem, algumas delas são facultativas, amanhã teremos a visita a Castelo de Vide. Ao longo dos anos, eu tenho uma pena porque não conheço Castelo de Vide, quando vocês vão fazer a visita eu estou aqui, e depois voltam e dizem que viram coisas fantásticas, encontraram pessoas maravilhosas nas ruas, e eu fico a roer-me porque não fui convosco. Este ano não vou convosco novamente, e não é porque não goste de andar, mas fico aqui. Agora vocês vão ter oportunidade de conhecer uma bela vila. E vão poder ajudar a autarquia, se assim o quiserem com um slogan turístico para Castelo de Vide. É um trabalho individual, quem for e quiser participar, voltará da visita e entrega-nos o slogan que vocês pensaram e gizaram, um slogan turístico para Castelo de Vide. O melhor slogan ganhará um livro alusivo a esta bela terra que nos acolhe todos os anos.
Amanhã teremos também o concurso que nós designamos de “Decora o teu boneco”. O estandarte dos grupos é uma criação do Júlio Piza, o homem que tem a responsabilidade de fazer a imagem gráfica do JUV, fica a maravilha que vocês recebem todos os dias. O Júlio Piza criou um estandarte para todos vós, e é o exercício que propomos aos grupos é que decorem o boneco.
Façam uma decoração no boneco, só têm uma limitação, não o podem danificar. Qualquer decoração que façam no boneco ela deve poder ser retirada sem danificar o boneco. Decorem-no à vossa vontade, dêem-lhe um nome, é muito importante ar um nome ao vosso boneco. Preparem uma apresentação, preparem uma apresentação para o boneco, e amanhã depois do jantar com o Prof. Paulo Mota Pinto, os grupos serão representado por alguém, por um, dois, ou todos os elementos, que poderão apresentar o vosso boneco, explicar porque é que o decoraram dessa forma e explicar porque é que lhe deram esse nome. Será amanhã a “Grande Gala do Boneco”.
Atenção, atenção! Dá prémios fantásticos, porque haverá um júri muito rigoroso que vai escolher os melhores, e têm aí prémios extraordinários. Nem vos passa pela cabeça. E também não passa pela minha porque ainda não foram comprados. (Risos)
Finalmente, uma inovação deste ano, a Universidade de Verão 2007 vai ter o Grande Cabaret UV 2007, é verdade, o Grande Cabaret, não temos a Liza Minelli mas temos a vocês. Não é mesma coisa, mas..
Qual é que é a ideia? Vocês têm que preparar um número. Um número que pode ser um sketch humorístico, que pode ser um sketch musical, pode ser poesia, pode ser um número circense, o que quiserem, só não vale cuspir fogo porque o hotel é caro, e nós não o podemos pagar. (Risos) A ideia é prepararem esse número, esse sketch, o que quiserem, tínhamos pensado, não sei onde está a Zita, tínhamos pensado em 5 minutos por apresentação. Têm cinco minutos para mostrar o que valem, e pode ser que entrem para o showbizz, aqueles que não conseguirem depois da Universidade de Verão entrar para a política, tem o showbizz, acho que é uma boa alternativa. Será a seguir ao jantar com o Dr. Vasco Graça Moura.
Portanto, vou recapitular, amanhã a importante visita a Castelo de Vide, aqueles que poderem ir, que quiserem ir, que estiverem com essa vontade não percam, será uma visita a uma vila extraordinária. Depois, o concurso do slogan, encontrem um slogan turístico para Castelo de Vide. O concurso de decorar o boneco, amanhã, depois do jantar, há apresentação dos bonecos e, depois, no sábado à noite o Grande Cabaret Universidade de Verão 2007.
Eram estas as notas.
(APLAUSOS)
Dep. Carlos Coelho
Muito bem. Temos o jantar, têm os trabalhos de grupo hoje à tarde, e têm às 20h00 um jantar com a Dra. Teresa Morais, que eu presumo que já se sabe mais ou menos quais são os temas dos jantares, acho que a informação já passou, será sobre questões ligadas às crianças em risco e ao regime de adopção.